Foi um dos melhores Gre-Nais dos últimos anos. Não teve gol, não teve vitorioso e por isso ninguém levou os seis pontos inéditos, porque o clássico foi válido pelo Campeonato Gaúcho e Primeira Liga. Se o Grêmio amassou no primeiro tempo e foi um time ágil e instigante, no segundo tempo o Inter conseguiu equilibrar e por pouco não saiu com vantagem da Arena, que abrigou público recorde, de 48.204 torcedores.
A tensão do clássico, da reclamação gremista reivindicando arbitragem de fora, da queixa colorada por causa da área técnica demarcada menor, tudo isso saiu quente dos vestiários e entrou no gramado. O Grêmio se impôs. Pressionou a saída de bola do Inter, colocou marcação sobre os centrais e deixou a opção de saída dos laterais. Que não funcionaram.
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A 1min40seg, Douglas dominou e com elegância deixou na frente Miller, que chutou alto pelo lado. Aos 5min, Luan dividiu com Dourado, clareou o lance e chutou de longe, rasante. Passou ao lado. O Inter não conseguia fôlego. Com tamanha tensão, sobraram braços em cada lance. Aylon recebeu o primeiro ao jogar Fred para fora do gramado. Depois, foi a vez de Geromel derrubar e foi amarelado. E Marcelo Oliveira parou com falta Aylon. Outro amarelo.
Aos 18min, Douglas tentou um chute colocado, que iria para fora, mas Alisson defendeu para escanteio. Que Geromel concluiu de cabeça, sozinho, para fora, sem reação de Alisson.
O Inter respirou com um chute de Aylon na altura dos 30 minutos, quando o Grêmio já havia concluído seis vezes. Enquanto Roger Machado mantinha um time vibrante e em bloco, por vezes trocando os lados de Luan e Giuliano, o Inter parecia se contentar em segurar a avalanche que despencava sobre seus ombros.
Houve um lance duvidoso de pênalti. Aos 38min, Miller Bolaños foi acionado por Luan com um lançamento pelo alto e, dentro da área, Ernando se antecipou e cortou de cabeça. Mas em seguida William se chocou com o equatoriano e o derrubou. O árbitro Anderson Daronco preferiu apitar o escanteio. Mas de novo puxou o amarelo quando Maicon foi por cima da bola aos 41min e pisou sobre o pé de Rodrigo Dourado.
O primeiro tempo sem gols saiu barato para o Inter. No intervalo, surgiu a notícia bombástica. Miller Bolaños havia sido removido ao hospital com suspeita de fratura do maxilar. Tinha de fazer radiografia. O lance é do primeiro minuto de jogo. Lançado no lado esquerdo de ataque, Bolaños até chegou forte, mas William levou o braço em seu rosto.
O rosto do equatoriano inchou durante o primeiro tempo.
Logo na volta ao segundo tempo, Geromel chegou atrasado em lance com Aylon e o atingiu na coxa. Seria cartão amarelo. Mas Geromel já tinha o seu, e Daronco deixou passar.
Só aos 9min da etapa final o Inter conseguiu o primeiro lance de perigo. Aylon cruzou e Dourado chegou atrasado na frente de Marcelo Grohe. A providência de Argel foi passar Anderson para o lado direito e centralizar sasha na linha de três. Mas o Grêmio voltou a sufocar e aos 15min Luan girou nos enormes espaços do setor defensivo do Inter e encontrou Giuliano livre na frente de Alisson. Ernando salvou em cima.
Aí Argel desistiu de Anderson. Sem atacar, sem recompor, sem ser solidário, sem acertar um passe, o meia deu lugar para Vitinho, o mistério do clássico.
Aí aconteceram três lances. Aos 23, Giuliano retribuiu Luan e o deixou na linha da pequena área de Alisson, que saiu apavorado. O garoto colocou o pé por baixo da bola, subiu demais e saiu para fora antes de bater no travessão. Aos 25min, Sasha driblou Fred deitado com um drible e serviu Vitinho, que colocou a bola justamente no canto deixado livre por Marcelo Grohe. Mas ali estava Geromel. O zagueiro salvou de dentro do gol. Dois minutos depois, Aylon passou para Sasha, que finalizou e Grohe defendeu.
O clássico chegou aos 30 minutos finais com o Inter mais insinuante – e aí nasceu uma confusão entre William e Marcelo Oliveira. Fabinho teve de ser contido por Daronco. O Gre-Nal foi definitivamente um Gre-Nal, do tipo clássico.
*ZHESPORTES