Na última rodada do quadrangular final da Divisão de Acesso, três times entram com chances de voltar à elite do futebol do Rio Grande do Sul. Só um deles depende apenas de si: o Glória, se vencer o Guarani-VA, em casa, está garantido no Gauchão. O próprio Guarani e o Brasil-Far precisam de um resultado paralelo, além da própria vitória. As partidas serão às 15h30min de domingo em Vacaria e em São Gabriel.
A situação é tão embolada que a vaga pode vir em razão do quarto critério de desempate, o último confronto direto. Para isso, basta, por exemplo, que o Guarani vença por 1 a 0 e o Brasil, por 3 a 2. Pontos, vitórias, saldo e gols pró seriam iguais, mas o time de Venâncio avançaria porque venceu o Brasil na quarta rodada.
Essa indefinição mexe com as comunidades. E para falar sobre estes jogos, três ídolos das equipes envolvidas foram convidados a dar seus pitacos. Rodrigo Caetano, atualmente diretor executivo de futebol do Flamengo, era a referência técnica do Brasil-Far nos anos de 1994, 1995 e 1997. Sandro Sotilli foi o goleador do Gauchão pelo Glória na campanha de semifinalista de 2004, com 27 gols - a maior marca do campeonato desde 1981. E Bolívar, antes de ser mais conhecido como o pai do capitão colorado de 2010, era o comandante da defesa do Guarani-VA que subiu para a primeira divisão em 1990.
Sandro Sotilli
"Tenho muito carinho pela comunidade de Vacaria. Lá, ganhei o apelido de He-Man. Fiz 27 gols no Gauchão de 2004 (a marca é a maior desde 1981), chegamos às semifinais e fomos eliminados pelo Inter, nos pênaltis. O time era bom, cheio de amigos, como o Rodrigo Gasolina e o Fábio de los Santos. O trabalho começou com o Bagé (Ronaldo Rangel) e depois chegou o José Luiz Plein.
Sei das dificuldades que a equipe vem enfrentando para subir e da falta que faz para a cidade não jogar o Estadual. Por isso, queria dizer aos jogadores que se dediquem ao máximo, como fizeram até agora, e que acreditem até o final. É muito bom disputar o Gauchão. E, para isso, é hora de eles entrarem para a história."
Bolívar
Jogar pelo Guarani-VA me marcou a carreira. O acesso de 1990 é uma lembrança bonita. Fui o capitão daquele time e até fiz um gol importante, mesmo sendo quarto zagueiro. O primeiro técnico foi o Chaveco (José Carlos Chaves), e o Celso Freitas veio na sequência. Foi um campeonato difícil, e o grande rival daquela temporada foi o São Luiz, de Ijuí, que também tinha um bom time.
Mantive carinho pelo clube e acompanho atentamente a movimentação. Sei que a situação não é simples, mas está longe de ser impossível. Dá para decidir e vencer em Vacaria. O time é forte, está bem postado e tem todas as condições. Confio que o time consiga o resultado que precisa e volte para a primeira divisão.
Rodrigo Caetano
Não nasci em Farroupilha, sou de Santo Antônio da Patrulha, mas considero esta uma cidade do coração. Fui até homenageado pela Câmara de Vereadores com o título de cidadão farroupilhense. Fiz muitos amigos na cidade, no Brasil. Sempre que tenho um tempinho maior, vou visitar o santuário de Caravaggio e visito o clube para ver o pessoal. Só tenho lembranças ótimas daqueles tempos.
Espero que o Brasil suba porque acompanho o sofrimento de todos em bater na trave tantas vezes. Chegamos às portas do acesso, mas nos tem faltado alguma coisa. Talvez agora tenha chegado a hora. É um clube estruturado, que fez melhorias em todos os setores e faz um trabalho elogiável. Tomara que dê tudo certo.
O que precisam na última rodada
O Glória sobe se...
vencer o Guarani-VA
empatar e o Brasil-Far não vencer o São Gabriel.
O Guarani-VA sobe se...
vencer o Glória e ficar igualado no saldo e nos gols feitos com o Brasil-Far.
O Brasil-Far sobe se...
vencer o São Gabriel e houver empate entre Glória x Guarani
ou se o Guarani vencer, mas não superá-lo no saldo de gols e nos gols feitos.