O Juventude atingiu seu grande objetivo do ano na categoria feminina. Em 27 de maio, as Gurias Jaconeras derrotaram o Pinda-SP nos pênaltis e conquistaram o acesso à Série A-2 do Brasileirão Feminino. Com isso, mudaram de patamar na modalidade e conseguiram consagrar um trabalho que se iniciou na última temporada, com a reformulação do departamento.
— Era o que a gente buscava, o que o clube esperava. A partir do ano que vem, começa a entrar mais recursos, a princípio, para o feminino poder ter sua estabilidade. Estamos felizes por um trabalho que já vem desde o ano passado, com essa equipe e essa comissão que vêm dando resultado — avalia o presidente do clube, Fábio Pizzamiglio.
De uma temporada para a outra, os resultados foram significativos. Se em 2021, quando o departamento reabriu, o Juventude conquistou apenas um ponto no Gauchão, na temporada seguinte veio o título do Interior e a vaga à Série A-3. Depois, neste ano, o primeiro acesso de um time do interior foi conquistado pelas Esmeraldas.
— É um aprendizado que acabou sendo feito. Ficamos muitos anos sem ter o futebol feminino, e não é de uma hora para a outra. Acho que todo mundo acabou evoluindo, não só a equipe, a comissão também tendo mais experiência, a captação. Até a direção conseguiu trabalhar melhor. Então, é um aprendizado de todos. Precisávamos ter de novo essa experiência para ter a evolução — diz.
Foco no Gauchão
A partir de então, as Gurias Jaconeras começam a sonhar com "algo a mais" — que pode vir no Gauchão. A estreia está prevista para 29 ou 30 de julho, contra o Vidal Pro, fora de casa.
— O objetivo continua sendo reforçar a posição de pelo menos a terceira força do estado. Sabemos que o investimento da dupla Gre-Nal é muito maior do que o nosso, e mesmo entre os times do Interior não é fácil chegar onde chegamos no ano passado. Então, pelo menos, temos de manter (essa posição) e, claro, se der para beliscar algo maior, pretendemos beliscar. Essa semana tivemos um pequeno aumento de orçamento para o departamento feminino, até para poder suprir as demandas que já tivemos. Então, o clube entende como algo necessário — complementa:
Temos de manter (essa posição) e, claro, se der para beliscar algo maior, pretendemos beliscar
FÁBIO PIZZAMIGLIO
presidente do Juventude sobre o Gauchão Feminino
— No ano passado, o Juventude não era visto. Os outros clubes passaram a ver o Juventude. Agora, é um time a ser batido. Com certeza, vai ser mais complicado o nosso Gauchão. Até por isso, pretendemos fazer um investimento um pouco maior.
Para dar um passo a mais, o Juventude aumentará em cerca de 30% — no comparativo com o último ano — os recursos para o Estadual.
— O pessoal do feminino solicitou um aumento de verba para o segundo semestre. Em parte, conseguimos atender. É difícil porque acabamos sofrendo um pouquinho para conseguir patrocínios para o feminino. As empresas poderiam investir um pouquinho mais. Seria para o segundo semestre já ter um aumento de cerca de 30% com relação à cota que tínhamos no ano passado. Mantivemos o mesmo valor do ano passado, mesmo caindo para a Série B no masculino, e agora vamos dar uma ajuda. Mas ainda não sabemos se vamos converter isso em contratação ou se vai ser para manter a estrutura para as gurias — afirma.
E a Série A-2?
Com o acesso confirmado, o Juventude já começa a pensar na Série A-2 do Brasileirão Feminino. A segunda divisão conta com times de expressão no cenário nacional. Como, por exemplo, Fortaleza, Athletico-PR, Bahia e Ceará. Além de times tradicionais no futebol feminino, como São José-SP, Minas Brasília-DF e 3B-AM.
Pretendemos fazer um investimento maior
FÁBIO PIZZAMIGLIO
presidente do Juventude sobre o Brasileirão Feminino A-2
— É algo que começamos a conversar já. Na Série A-2, o investimento é muito maior, e ainda não temos a verba do ano que vem. Então, isso vai ter de ser conversado mais para o final do ano. Vamos ter de fazer algumas escolhas, mas pretendemos fazer um investimento maior. Só temos de ver se esse "maior" vai suprir tudo. Realmente, a A-2 é muito mais difícil. A diferença da A-2 para a A-3 é muito maior do que da A-1 para a A-2. Então, ainda temos de analisar bastante.
Um sonho no horizonte alviverde, que talvez não se confirme já em 2024, é a expansão das categorias de base. Com um sub-20 que conseguiu vencer Ferroviária e América-MG neste ano, o Ju pensa na criação do sub-17. Mas não há certeza de que essa ideia sairá do papel já no próximo ano.
— Faz parte do investimento, de quanto vamos ter de investir. Aí teremos de fazer escolhas, um investimento maior na A-2 ou abrir essa categoria. Escolhas, assim como em todos os clubes menores — conclui o presidente.