Há um lugar em pleno emirado árabe que nos leva direto para a Europa, mais especificamente à Paris. Uma filial da Galeria Lafayette no Catar. Está instalada na Katara Village Cultural, um complexo de cultura e entretenimento que fica em Doha.
A Lafayette árabe é uma versão menor da famosa galeria que reúne marcas de luxo do mercado internacional da moda. Mas tem toda uma arquitetura que remete às construções da capital francesa. Prédios claros e cheios de detalhes dão aquele ar charmoso e encantador da cidade que se desenha às margens do Rio Sena. Aqui é na beira-mar do Golfo Pérsico.
Na Lafayette catari se tem igualmente muitas marcas de luxo, que vendem produtos como roupas, calçados, perfumes e bolsas. E tem também restaurantes e cafés que trazem um pouco da culinária francesa. Croissant doce ou salgado se encontra facilmente aqui para um lanche rápido em meio às compras ou para uma pausa mais demorada.
E esse é um dos lugares onde se encontra o incrível sistema de ar condicionado a céu aberto. Nas ruelinhas do boulevard, onde está a Galeria Lafayette, existem grades de ferro no chão, todas trabalhadas com arabescos, e por ali passa um arzinho geladinho e refrescante. Basta passar perto de uma delas para sentir o alívio em meio às altas temperaturas. Eu até pensei que não funcionava, mas o negócio é realmente eficiente.
Pelo passeio, turistas e árabes povoando o espaço. O mundo se encanta em ter um pedacinho de Paris no meio do deserto. Só não encontrei franceses. Achei que hoje, um dia tão importante, de semifinal, com chances reais da conquista do título de forma consecutiva, faria os conterrâneos de Mbappé — que já é um dos melhores jogadores desse mundial — aparecerem por aqui. Mas eles são poucos e raros nas arábias.
Ah, vai te Catar!
Resolvi entrar em uma loja linda, com vitrais coloridos no teto e muitos produtos à venda. Era uma mercado super hiper ultra chique. Numa das primeiras prateleiras em que fixei os olhos, um baúzinho de madeira, com um vidrinho dentro. Fui ver mais de perto. Era um aceto balsâmico, aquele que usamos para temperar a salada, sabe? Achei que poderia ser um bonito presente para levar para o Brasil. Fui conferir o preço: mais de R$ 5 mil, convertido no valor da nossa moeda. Vocês não leram errado. É isso mesmo. Descobri que a plaquinha que tinha na caixa e descrevia o produto era banhada a ouro. Tinha algo de exclusivo e raro naquele líquido precioso. Mas, sério, ainda assim, uma exorbitância.
Circulei mais um pouco. Encontrei alguns petiscos como amendoim, salgadinhos, pipoca com preços “normais”, partindo de uns R$ 10. Ufa! Menos mal! Segui caminhando, analisando, e fui pegar uma água. Enxerguei uma garrafa bem bonita com pedrinhas briolhosas. O preço já convertido? Cerca de R$ 600. Engoli a seco. A sede passou. Virei as costas sem levar nada. Tinha águas mais baratas? Tinha. Mas eu fiquei tão em choque com um negócio daqueles que achei melhor sair. Vai que eu esbarrasse e quebrasse algo. Melhor prevenir do que ter que pagar.