Há todo um cuidado com a Croácia. Com a experiência do seu time e com seu histórico em Copa do Mundo. Recente, é verdade, mas suficiente para dar uma amostra de outra característica croata temida pela Seleção, a resiliência. A rival do Brasil nesta sexta-feira (9) avançou até a final em 2018 passando pelas oitavas e quartas nos pênaltis, depois de encarar 120 minutos.
— São três jogos (de matas) depois de encarar 120 minutos e pênaltis. Há qualidade técnica individual e coletiva, resiliência para chegar ao alto nível. O que fica no nosso foco é manter a Seleção Brasileira, fazer jogo de excelência com respeito às qualidades do adversário. Mas que passe quem for melhor — disse Tite.
Em 2018, a Croácia passou pela Dinamarca, depois de 1 a 1 no tempo normal, e pela Rússia, com 2 a 2 em 120 minutos de jogo. Aqui em Doha, a decisão por pênaltis foi contra o Japão. Hoje integrante da comissão técnica, como observador, Ricardo Gomes é voz presente nas reuniões de Tite e seus auxiliares.
Como técnico, comandou jogadores da região dos Bálcãs no PSG, no Bordeaux e no Monaco, da França, e no Al Nassr, da Arábia Saudita, seu último trabalho como treinador, em 2017. No ano seguinte, ainda voltou ao Bordeaux como diretor técnico. Na reunião da comissão técnica, Gomes deu um alerta sobre a forma de agir e jogar dos croatas. Um comportamento que reflete muito a formação de um povo que passou pelo mais cruento conflito desde a II Guerra Mundial. A forma como se seguiu a dissolução da Iugoslávia só aumentou a resiliência de um povo já com cicatrizes de conflitos seculares naquela região.
— O Ricardo trabalhou com muitos sérvios e croatas, a diferença dessa característica de personalidade, da resiliência desses croatas. Além disso, são jogadores experientes, acima dos 30 anos, que vem com essa rodagem de campeonatos europeus e de uma seleção vice-campeã. Estamos preparados para isso — garantiu Tite.
A experiência citada se dá pela manutenção de oito jogadores da campanha na Rússia, sendo sete deles titulares. Desse grupo de remanescentes, só o goleiro Livakovic e o meio-campista Kovacic têm menos de 30 anos. Lovren, 33, Brozovic, 30, Kramaric, 31, e Perisic, 33, além de Modric, 37, são as referências de um time que tem apenas um jogador abaixo dos 27 anos, o zagueiro Joski Gvardiol, 20 anos.