Desde os Estados Unidos na primeira edição, em 1930, até Coreia do Sul e Turquia em 2002, outras equipes surpreenderam ao chegarem às semifinais da Copa do Mundo, antes de o Marrocos conseguir o feito em 2022.
Confira a seguir as seleções que mais surpreenderam o mundo ao terminar entre as quatro melhores equipes de futebol masculino do mundo, de 1930 até hoje.
1930: a primeira época do "soccer" nos Estados Unidos
Nas primeiras décadas do futebol, o "soccer" viveu certo auge nos Estados Unidos e uma curta época de ouro nos anos 1920, com um primeiro campeonato federal, a American Soccer League, que se dissolveu em 1933.
Foi assim que uma partida entre Estados Unidos e Bélgica (3 a 0), que se deu ao mesmo tempo que o do duelo entre França e México, acabou entrando para os livros como um dos dois primeiros jogos da história dos Mundiais.
Com camisas e calções brancos, a seleção americana era formada essencialmente por jogadores britânicos recentemente naturalizados, cinco escoceses e um inglês. Depois da vitória inaugural, eles ainda bateram o Paraguai (também por 3 a 0), com o atacante americano Bertram Patenaude marcando o primeiro hat-trick em uma Copa do Mundo.
O sonho do time americano, no entanto, acabou chegando só até a semifinal mesmo, sendo atropelado pela Argentina, vice-campeã de 1930, que os derrotou por 6 a 1.
1962: Chile conta com apoio da torcida
Três décadas depois, foi a vez da seleção chilena, que fez uma campanha histórica comandada pelo atacante Leonel Sánchez, com quatro gols, em 1962. Jogando em casa e apoiada por seus torcedores, a equipe já saiu com moral, ao derrotar na fase de grupos a Suíça (3 a 1) e depois a Itália (2 a 0).
O jogo contra os europeus, especificamente, foi muito duro e entrou para a história como a Batalha de Santiago. As duas equipes abusaram da violência na partida, com dois italianos expulsos e a polícia tendo que intervir em várias ocasiões para separar os jogadores.
Nas quartas de final, os chilenos derrotaram a União Soviética (2 a 1), mas o sonho também acabou na semi, quando caíram contra o Brasil (4 a 2), que venceu com dois gols de Vavá e dois de Garrincha. O time da casa conseguiu o terceiro lugar no último minuto contra a Iugoslávia (1 a 0).
1994: a Bulgária da geração Stoichkov
No ano do tetracampeonato conquistado pelo Brasil, a Bulgária atuou com uma geração excepcional, surpreendendo a todos quando chegou às semifinais no Mundial dos Estados Unidos.
O líder da seleção era Hristo Stoichkov, artilheiro do torneio ao lado do russo Oleg Salenko (seis gols). Mas por trás da estrela do Barcelona de Johan Cruyff, apareciam jogadores como Emil Kostadinov, Krasimir Balakov, Yordan Lechkov (carrasco da Alemanha nas quartas, com placar de 2 a 1) e Trifon Ivanov.
A aventura terminou contra a Itália de Roberto Baggio nas semifinais (2 a 1), e os búlgaros ficaram sem energia para a disputa do terceiro lugar, perdendo por 4 a 0 para a Suécia.
2002: a loucura da Coreia do Sul e a surpresa turca
Levada nos braços pela torcida e em meio a arbitragens consideradas por alguns como "caseiras", a Coreia do Sul do técnico Guus Hiddink se tornou o primeiro semifinalista do continente asiático da história das Copas.
Derrotou a Itália (por 2 a 1 na prorrogação) nas oitavas de final com um gol de ouro de Ahn Jung-hwan, depois a Espanha nas quartas nos pênaltis (0 a 0; 5-3), antes de cair diante da Alemanha (por 1 a 0).
A Turquia, em sua segunda participação desde 1954, eliminou o outro anfitrião daquele Mundial, o Japão (1 a 0), nas oitavas, depois Senegal (1 a 0 na prorrogação) nas quartas, com um gol de Ilhan Mansiz, antes de perder para o Brasil de Ronaldo (1 a 0), que logo depois, conquistou o penta.
Os turcos venceram o jogo pelo terceiro lugar (3 a 2) com o gol mais rápido da história das Copas, marcado por Hakan Sukur em 10.8 segundos de jogo.