Lionel Messi sempre foi craque. Quando tinha quatro anos já era craque. Quando tinha seis, era mais craque. Quando tinha oito, mais ainda. Era tão craque, mas tão craque que não podia jogar com os guris de sua idade. Por isso foi chamado para o time da sexta série mesmo estando na quarta, por isso tornou-se campeão na infância por categorias acima.
O primeiro campo em que Messi disputou partidas foi o do Abanderado Grandoli, localizado a umas 15 quadras de sua casa. O gramado irregular de hoje é parecido com o que ele fazia seus zigue-zagues e tonteava os adversários mesmo sendo muito, muito menor do que eles.
Nos vestiários do local, estão fotos de Messi bem criança e já com troféu. Eles servem de inspiração para os meninos que vestem o uniforme laranja e sonham com uma carreira no futebol.
Claro que o destaque no Grandoli chamaria a atenção de outros clubes. Ainda mais em uma cidade como Rosario, dividida entre o Central e o Newell's. Foi o último, o rubro-negro, justo pelo qual Lionel torcia, quem o chamou. As histórias são muitas. As mais populares no clube são duas: certa vez, teve um problema em casa e se atrasou. Chegou ao estádio quando o jogo estava no intervalo. No placar, 2 a 0 para os adversários. Pois jogando só meio tempo, fez três gols e o time venceu por 3 a 2.
A outra é que passou a ser "conhecido" entre os oponentes. Não sabiam seu nome, só que era o "10 do Newell's". A estratégia para reduzir a marcação foi a mais óbvia: em certo dia, Lionel vestiu a camisa 2. Enquanto os adversários se dedicaram a caçar o 10, ele já tinha feito os gols que precisava para ganhar o jogo.