Há pinturas, grafites, bandeiras e desenhos no bairro Las Heras, zona sul de Rosario. Talvez não haja não só na Argentina, mas no mundo todo, algum lugar mais enfeitado do que a Calle Lavalleja. Isso tudo é para fazer justiça ao filho ilustre da rua: foi nesse lugar que Lionel Messi deu seus primeiros passos (e passes, e dribles, e chutes, e gritos de gol), lá no início dos anos 1990.
Debora Ferreyra se recorda do vizinho do número 525 da rua em que hoje alguns mapas apontam como Estado de Israel. A quadra está completamente enfeitada com bandeirinhas da Argentina, e as paredes estão lotadas de imagens de Messi pintadas por diversos artistas. Mas restam poucos moradores daquela época. Debora é uma delas. Tem até hoje a foto que Lionel tirou com sua mãe, Marta Rodríguez, e sua filha, Denise Marce, em 2005, em um dos últimos retornos do jogador ao bairro. Ela, Debora, não aparece na imagem pela razão mais elementar:
— Fui eu que tirei! Como me arrependo de não ter tirado também. Eram outros tempos. Mas sabe que Lio sempre foi um menino doce, educado. E fanático por futebol. Passava o dia inteiro jogando.
Pessoas de todos os lugares vão à rua estreita para visitar as origens de Messi. Por mais que o bairro seja tranquilo, quando um carro dobra à esquerda e diminui a velocidade, já sabe: é um fã querendo conhecer a casa onde tudo começou.