Na Copa do Mundo do Brasil, a Fifa estreou a tecnologia da linha do gol, para saber se a bola entrou ou não. Na Rússia, o VAR foi utilizado pela primeira vez em um Mundial. No Catar, em 2022, a novidade para diminuir os erros de arbitragem será a marcação semiautomática do impedimento. Essa será uma das novidades apresentadas no principal evento do futebol mundial.
Nos primórdios, a Copa era um torneio que apresentava o que de mais moderno existia dentro e fora de campo. Com a tecnologia todas as seleções se conhecem e novidades táticas se tornaram raras. O foco das inovações nas últimas edições recai sobre a arbitragem e no modo como cada país desenvolve suas ideias para se organizar e receber os jogos.
Além da inserção de uma ferramente que facilitará a marcação de impedimentos, a Copa do Catar terá uma novidade em relação à regra do jogo, será realizada em uma época do ano atípica, será o menor Mundial da história e utilizará pela última vez o atual formato de disputa.
Veja como funcionará cada uma das novidades
Impedimento semiautomático
As discussões sobre impedimentos em que a posição do penúltimo defensor e do atacante são menores que a espessura de um fio de cabelo estão com os dias contados — ao menos na teoria. No Catar, bandeirinhas e árbitros contarão com um novo recurso tecnológico. A Fifa colocará em prática a marcação semiautomática do impedimento.
O SAOT utilizará 12 câmeras posicionadas sob o teto do estádio e vai monitorar até 29 pontos de dados de cada jogador, 50 vezes por segundo. Isso permitirá que se estabeleça a qualquer momento a posição dos jogadores e da bola. Um sensor dentro da bola envia um pacote de dados até 500 vezes por segundo para a sala de vídeo, permitindo determinar o momento exato em que a bola é tocada de maneira mais precisa do que seria possível com o olho humano.
Cinco substituições
Entre tantas adaptações sofridas durante a pandemia, uma veio para ficar. As limitações impostas pela Covid-19 fizeram com que a International Board, responsável por definir as regras do futebol, flexibilizasse a Regra 3, que trata das substituições. Foram autorizadas cinco trocas por time por partida. A medida passou a ser oficial este ano, e a Copa do Catar será a primeira em que os treinadores poderão realizar cinco trocas durante o jogo.
As substituições entraram em cena em 1958, mas somente em caso de lesão. Os técnicos passaram a ter a opção de realizar substituições tática em 1967. A Copa do México, em 1970, foi o marco para que uma segunda alteração fosse realizada.
Foram precisos mais 25 anos para que uma terceira substituições fosse autorizada. Três anos antes, uma terceira troca havia sido introduzida quando o goleiro se lesionasse.
Data atípica, realizada no fim do ano
É bem possível que os fanáticos por futebol achem que a Copa do Mundo demora a chegar. Nada mais justo. Desde 1950, nunca se ficou tanto tempo sem se disputar uma partida pelo Mundial. A abertura do torneio disputado no Brasil naquele ano encerrou um período de 12 anos sem disputas. As edições de 1942 e 1946 não aconteceram devido à Segunda Guerra Mundial.
Todas as 21 edições anteriores ocorreram entre maio e julho. Pela primeira vez o principal torneio de futebol será disputado no final do ano. Em um país em que até camelo sente sede, as temperaturas, no meio do ano, ultrapassam dia sim, dia também os 40ºC graus no Catar. Para minimizar os efeitos do calor, a Fifa optou por realizar o torneio entre 21 novembro e 18 de dezembro. Times e torcedores enfrentarão temperaturas mais amenas, na casa dos 30ºC durante o dia, mesmo que isso implique que as partidas sejam realizadas em meio à temporada europeia.
Quando as Copas foram disputadas
- Em maio e junho: cinco edições
- Em junho e julho: 12 edições
- Apenas em junho: três edições
- Apenas em julho: uma edição
Menor Copa
A grandeza das obras faraônicas promovidas pelo Catar contrastam com o tamanho do país. Nunca a Fifa organizou o seu principal torneio em uma localidade tão pequena. Menor estado brasileiro, o Sergipe tem quase 22 mil km², praticamente o dobro dos 11,5 mil km² do território ocupado pelos anfitriões da Copa.
Para ir de carro do Chuí, no extremo sul brasileiro, ao Oiapoque, na ponta norte do país, são necessários longos quatro dias e mais 10 horas de viagem. Para cruzar o Catar de uma ponta a outra, indo de As Salwa até Al Mafjar, são necessárias nada mais do que duas horas e meia.
Na Copa de 2014 no Brasil, as sedes mais distantes uma da outra, Porto Alegre e Manaus, estavam separadas por 2,1 mil Km. No Catar, nenhum estádio fica a mais de 50 km do centro de Doha, a principal cidade do país.
A última Copa com 32 seleções
A Copa do Mundo como conhecemos acaba em dezembro, no Catar. Será a última edição com 32 seleções. O atual formato foi iniciado no Mundial de 1998, na França. Foram sete torneios com o mesmo regulamento.
A Fifa inflou a Copa e em 2026 serão 48 equipes disputando o troféu mais cobiçado do futebol.
Daqui a quatros anos, o torneio será disputada por 48 equipes. O novo formato terá uma primeira fase com 16 grupos com três seleções cada. Os dois primeiros de cada chave avançam para os mata-matas. O novo desenho da competição aumentará a quantidade de jogos de 64 para 80, mas o time campeão seguirá entrando em campo sete vezes.
Outra novidade para a edição de 2026 serão os anfitriões. Pela primeira vez a Copa terá três países-sede. O ineditismo será protagonizado por Canada, México e Estados Unidos.
Quantidade de seleções por edição da Copa
- 13 seleções — 1930 e 1950
- 16 seleções — 1934 e de 1954 a 1978
- 15 seleções — 1938
- 24 seleções — de 1982 a 1994
- 32 seleções — de 1998 a 2022