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Esperança, decepção e orgulho: como os uruguaios viram a derrota na terra de Suárez e Cavani

Em Salto, no Uruguai, torcedores acompanharam a derrota para a França

Rafael Diverio

Direto de Salto, Uruguai

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Kirill KUDRYAVTSEV / AFP
Uruguai, de Suárez, perdeu para a França em Nizhny Novgorod

El arbitro cerra el partido. El fín de un Mundial que teníamos tanta ilusión.

O locutor da TV anuncia o apito final. O Uruguai levou 2 a 0 da França e caiu nas quartas de final da Copa da Rússia. Os gols de Varane e Griezmann liquidam com mais um sul-americano. 

Na Praça 33, coração de Salto, a cidade que deu ao mundo Luis Suárez e Edinson Cavani, algumas centenas de torcedores levantam-se e aplaudem. 

Cabeza alta, muchachos. Como siempre, dejaron todo.

Segue o locutor. As palmas no estádio de Nizhny Novgorod e na Praça 33 refletem o orgulho dos uruguaios por sua seleção. O time, que já tinha suas limitações, ficou quase impotente com a ausência do lesionado Cavani. Sem o conterrâneo, Suárez não conseguiu brilhar.

— Parece que Suárez sem Cavani não existe. Falta-lhe algo — lamenta a torcedora Analucia Silva.

Para muchos paises, llegar a las cuartas de final es importante. Ma nosotros tenemos otra mentalidad.

Volta o som da TV. De fato, chegar às quartas pode ser motivo de comemoração para alguns países. Não para o Uruguai. Havia, mesmo, a esperança de voltar a ser campeão mundial após 68 anos. Uma geração iluminada, que começou assombrando o planeta com o quarto lugar na África do Sul, em 2010, haveria de ser premiada com o troféu. 

Mas no caminho tinha a França. O time fortíssimo que havia deixado pelo caminho os sul-americanos Peru e Argentina dominou o confronto. 

La Francia fue superior, es la verdad.

A superioridade foi traduzida nas reações dos uruguaios. Houve empolgação quando o time entrou em campo. Depois, todos ficaram de pé para cantar o hino. Aplausos quando Cavani apareceu sentado no banco. Mas do apito inicial em diante, a única vibração foi na cabeçada de Cáceres defendida por Lloris.

Os gols franceses foram acompanhados dos palavrões universais do futebol. E as lágrimas de Torreira ganharam palmas da plateia. Àquela altura, porém, terminava o sonho uruguaio. E também o feriado. 

A vida volta ao normal no Uruguai. Ao menos até daqui a quatro anos.

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