Duas rodadas de chope e zero de shots de margarita. Não é coincidência. Assim foi celebrado o placar de Brasil x México em um restaurante mexicano no bairro Bom Fim, na Capital. Isso porque o Nacho Libre prometeu que serviria as bebidas tradicionais de cada país quando a seleção escolhida pelo torcedor fizesse gol nesta segunda-feira (2).
De um gaúcho apaixonado por Chaves, o estabelecimento recebeu brasileiros e alguns "mexileiros", de torcida dividida. Um deles era o próprio dono:
— Meu trabalho é mexicano, mas o coração é brasileiro, por isso torço pelo Brasil. Mas de coração dividido — explica William Guimarães, 33 anos.
Na mesa mais próxima à televisão, Fábio Gonçalves, 26 anos, e a tia Luciana Abreu Gonçalves, 44 anos, sentaram à mesa com sombreros na cabeça. Nascidos no Brasil, a descendência mexicana bagunça a torcida quando as duas seleções entram em campo juntas.
— Eu não sou muito de futebol, mas quando começa a Copa do Mundo eu viro torcedor mesmo. E nesse caso de Brasil x México fico ainda mais empolgado, porque lembro das histórias que minha avó contava sobre a mãe dela, que nasceu na Cidade do México — conta Fábio.
— Por mim, o jogo ficaria em 1 a 1, mas como não pode agora (nas oitavas é mata-mata), torço pelo Brasil — complementa o estudante de Psicologia.
O desejo dele até começou a se concretizar. O Brasil abriu o placar, com Neymar, aos cinco minutos do segundo tempo.
— Arriba! — comemoraram os brasileiros, com uma ponta de provocação, ao receber a rodada gratuita de chope.
Aos 43, os torcedores canarinho receberam novas taça da bebida brasileira. A equipe de Chicharito até tentou, mas conseguiu marcar nenhum gol. Ou seja, sem shots de margarita no bar. México foi eliminado do Mundial e a Seleção de Tite avança às quartas de final.
Para alegria de Juliana e Vitor Flores, que têm ainda mais motivos para comemorar essa Copa do Mundo, Olivia pode nascer a qualquer momento desde o começo da competição. A primeira filha do casal completou 38 semanas e quatro dias nesta segunda-feira e já podia ter nascido há 15 dias. Por isso, a mamãe já perdeu o bolão que fizeram sobre a data de nascimento:
— Achei que ela ia nascer dia 12, mas os outros três aqui (apontando para os amigos na mesa) ainda estão no páreo — conta Juliana.
O prêmio? Não é em dinheiro nem churrasco, como normalmente as apostas de bolão terminam.
— Quem ganhar vai trocar a primeira fralda — ri o pai.
Brincadeiras a parte, assim como todo torcedor canarinho, a esperança de Vitor é que a Seleção ganhe a Copa do Mundo da Rússia, para que a filha nasça campeã:
— A Olivia foi pensada no penta do Grêmio (Copa do Brasil de 2016), concebida no Tri da Libertadores e agora vai nascer no hexa do Brasil.