Campeão em 1970 com a Seleção Brasileira, Tostão concedeu entrevista ao programa Gaúcha+ desta quarta-feira (13), véspera da abertura da Copa do Mundo. Para o ex-jogador, Espanha, França, Alemanha e Brasil entram como favoritas, e uma eventual derrota brasileira não será uma surpresa.
— O Brasil chega muito bem, vem de dois anos de vitórias e boas atuações. Passou a ser um dos principais favoritos, talvez o maior de todos. Mas estou sentindo que as pessoas estão criando uma expectativa de que vai ganhar e vai dar show. Isso é perigoso. Como dizia o Garrincha, precisa combinar com os adversários. Os jogadores brasileiros passam a impressão de que querem recuperar o prestígio do nosso futebol depois do 7 a 1. Eu to otimista, mas sem euforia e sem oba-oba. Não ficarei surpreso se o Brasil não ganhar.
Tostão também comentou a pesquisa Datafolha, que destaca que 53% dos brasileiros não têm interesse no Mundial. Para ele, a falsa impressão de que o Brasil é o país do futebol acaba influenciando na percepção do resultado e que a falta de interesse da população tem a ver com o momento político do país:
— Há um sentimento de tristeza, de indiferença do brasileiro com tudo, por causa da situação politica, econômica, social, a violência, a corrupção... O Brasil vive um momento muito ruim, que já vem de algum tempo e agora continua, sem solução. É ano de eleições, as pessoas estão pessimistas com o futuro. E o futebol acaba ficando em segundo plano.