A tecnologia para a revisão de jogadas ganhou notoriedade nas últimas semanas por ser utilizada pela primeira vez em uma Copa do Mundo de futebol. Mas os recursos eletrônicos já são utilizados há décadas em outras modalidades esportivas — e já é comum em ligas profissionais dos Estados Unidos e em esportes olímpicos.
A precursora é a NHL, liga de hóquei da América do Norte, que começou a fazer testes na década de 1950 e está em evolução até hoje.
Em alguns esportes, a diferença em relação ao futebol é a possibilidade de os atletas ou equipes terem o direito a desafiar as marcações da arbitragem. No procedimento adotado pela Fifa, só os próprios árbitros podem solicitar a revisão dos lances.
A possibilidade do árbitro de vídeo foi aprovada pela Fifa em 2016 e, desde então, tem sido utilizada em competições de grande porte. Fez parte do Mundial de Clubes do ano passado e ganhou notoriedade na Copa da Rússia.
Só são passíveis de revisão lances capitais: gols, pênaltis, cartões vermelhos e identidade de jogadores advertidos. Lances interpretativos não são passíveis de revisão. Além disso, só o árbitro principal ou o árbitro de vídeo podem chamar as revisões, e o árbitro principal tem total poder para determinar a marcação.
Os primeiros testes na NFL ocorreram em 1976, quando a liga passou a analisar se o tempo de paralisação atrapalharia demais o ritmo das partidas. O sistema mais avançado começou de fato a ser usado na década de 1980. Atualmente, a revisão já faz parte da cultura do esporte. De 1999 a 2016, o número de jogadas revisadas subiu de 195 para 345 — e as marcações revertidas foram de 57 para 149. A média de tempo de jogo parado caiu de 2:54 para 2:25.
A diferença em relação ao futebol é o formato dos pedidos. A revisão de jogadas é obrigatória em todas as pontuações e turnovers — o jogo não necessariamente para, mas a central de vídeo na sede da liga revê os lances em Nova York. Além disso, os próprios árbitros podem pedir a revisão e, ao contrário do futebol, os técnicos podem desafiar. Cada time tem direito a dois desafios por partida. Se acertar ambos, ganha o direito a um terceiro desafio. A marcação da central de vídeos se sobrepõe à força da arbitragem. Não são permitidas revisões em faltas pessoais marcadas no campo.
O vôlei começou a adotar a revisão de jogadas no início desta década. A conferência é feita por um sistema eletrônico em lances de dúvida para bola dentro ou fora da quadra ou para potencial desvio do bloqueio. Cada time tem direito a dois desafios por set — mas, se o desafio for bem-sucedido, o time continua com o mesmo número de pedidos.
O tênis também utiliza o sistema "hawk-eye" usado no vôlei e na tecnologia da linha do gol no futebol. Cada jogador pode fazer três desafios por set — e quatro se o set for para o tie-break. Se acertar o desafio, o tenista preserva os pedidos. O sistema é utilizado para determinar se a bola foi fora ou dentro — seja da quadra, em lances normais, ou na área de saque para este lance específico.
A NHL foi a primeira liga americana a usar o vídeo. Os testes começaram na década de 1950, quando os outros esportes ainda debatiam o atraso das partidas por conta das revisões — a mesma discussão que o futebol teve nos anos 2010. Apenas lances de gol podem ser revistos. Até 2015, no entanto, só os próprios juízes podiam pedir revisão. Desde então, cada técnico tem direito a um desafio por jogo — o que desconta um pedido de tempo.
A NBA instituiu a revisão em 2002, mas expandiu o número de jogadas passíveis para o recurso eletrônico em 2008 e novamente em 2014. Até hoje, só os árbitros podem pedir a revisão de jogadas, que incluem se a cesta foi de dois ou três pontos, se o arremesso foi feito antes do estouro do cronômetro ou quem foi o último jogador a tocar na bola antes da saida.
A MLB adotou revisões eletrônicas apenas em 2008, quando apenas home runs podiam ser revisados. Atualmente, as revisões são mais amplas. Cada técnico pode fazer um desafio por jogo e, se acertar, preserva o pedido. Os árbitros podem pedir revisão a partir da sétima entrada — ou a qualquer momento se for em jogadas de home run. A decisão da Central de Replay na sede da liga é soberana em relação à arbitragem de campo, que apenas repassa a decisão aos jogadores.
A revisão foi introduzida em 2001. O árbitro de campo pode entrar em contato com um assistente que tem acesso a recursos eletrônicos para revisar jogadas que envolvem um try ou um chute entre as traves. Só o árbitro de campo que pode pedir a revisão, e a decisão do árbitro de vídeo é soberana. Não há desafios dos times.
Nas provas de velocidade no atletismo, turfe e nas ligas americanas de automobilismo, como Nascar e Fórmula-Indy, há o chamado "photo finish". Um recurso eletrônico proporciona um frame do momento em que o primeiro competir ultrapassa a linha de chegada. Assim, permite que a organização da competição tenha a garantia do vencedor. A natação também tem um sistema eletrônico na parede da piscina que indica qual competir finalizou a prova primeiro e ajusta o tempo oficial do atleta.
Em competições de nível mundial, há um sistema implantado no colete dos atletas. É usado para revisar se um toque deve valer pontuação ou, no último ponto quando o jogo está empatado e as duas luzes se acendem, qual atleta venceu. Cada atleta pode desafiar duas vezes por jogo, mas mantém os desafios se acertar na revisão.