No dia 17 de julho de 1994, o italiano Roberto Baggio colocou seu nome na história do futebol brasileiro. Com a camisa 10 e o peso de uma nação às costas, o craque cabeludo jogou para longe do gol do Rose Bowl a última cobrança e definiu o tetracampeonato do Brasil na Copa do Mundo. Vinte anos depois da conquista, relembre os sete passos até a comemoração.
Saiba tudo sobre a Copa do Mundo
20/6 - Brasil 2x0 Rússia (primeira fase)
Stanford Stadium, Palo Alto
A estreia brasileira no Grupo B foi contra a Rússia. Com a pressão de 24 anos sem um título mundial e de uma eliminação para a Argentina na Copa anterior, a Seleção Brasileira fez um bom jogo e venceu por 2 a 0. Romário, aos 26 minutos do primeiro tempo, e Raí, de pênalti, aos sete do segundo, definiram o resultado.
24/6 - Brasil 3x0 Camarões (primeira fase)
Stanford Stadium, Palo Alto
O segundo foi o jogo mais tranquilo do Brasil em toda a Copa do Mundo. A Seleção enfrentou Camarões, de Roger Milla, e não teve muito trabalho para fazer 3 a 0. Romário, Márcio Santos e Bebeto marcaram. A vitória garantiu o time de Carlos Alberto Parreira nas oitavas de final.
28/6 - Brasil 1x1 Suécia (primeira fase)
Pontiac Silverdome, Detroit
Já classificado, o Brasil enfrentou a forte Suécia precisando de um empate para garantir o primeiro lugar do grupo. E foi exatamente isso que conseguiu. Kennet Andersson abriu o placar para os suecos aos 23 minutos do primeiro tempo - seria o único momento daquela Copa em que o Brasil ficou atrás no placar. No início do segundo tempo, Romário empatou a partida e definiu o resultado.
4/7 - Brasil 1x0 Estados Unidos (oitavas de final)
Stanford Stadium, Palo Alto
Era Dia da Independência americana. Emergentes e pouco tradicionais no futebol, os Estados Unidos faziam o jogo mais importante da sua história. E o Brasil passou por dificuldades para conseguir a vitória contra um time fechado. O único gol do jogo veio apenas aos 27 minutos do segundo tempo. Romário puxou o ataque pelo meio e lançou Bebeto, na direita da área. O camisa 7 bateu fraco, mas com precisão suficiente para encontrar o canto e marcar. Faltavam apenas três passos.
9/7 - Brasil 3x2 Holanda (quartas de final)
Cotton Bowl, Dallas
Este talvez seja o jogo mais emblemático da campanha brasileira. Depois de um primeiro tempo equilibrado, a Seleção começou com tudo na etapa complementar e abriu 2 a 0, com gols de Romário e Bebeto. Os gols, no entanto, fizeram com que o Brasil abrisse a guarda. E a Holanda não perdoou. Empatou com Bergkamp e Winter. Um golaço de falta de Branco, que contou com a inteligência e elasticidade de Romário para sair do caminho da bola, aos 36 minutos do segundo tempo, definiu a vitória sofrida por 3 a 2.
13/7 - Brasil 1x0 Suécia (semifinal)
Rose Bowl, Pasadena
O palco da final foi o mesmo que recebeu o Brasil na fase anterior. O adversário era o mesmo que havia conseguido parar a Seleção na Copa até então. E o jogo foi mais uma vez muito complicado. O único gol, que garantiu a vaga na final, foi marcado apenas aos 35 minutos do segundo tempo, depois de muita insistência. O baixinho Romário, em meio aos zagueiros suecos, aproveitou cruzamento da direita e cabeceou no canto. Depois de quase um quarto de século, o Brasil disputaria uma final de Copa.
17/7 - Brasil 0 (3)x(2) 0 Itália (final)
Rose Bowl, Pasadena
A tensão era grande e inevitável. Ambos tricampeões mundiais, Brasil e Itália lutaram pelo tetra e pela hegemonia do futebol mundial. Um empate sem gols, com direito a bola na trave e chances desperdiçadas, levou a decisão para os pênaltis. A Itália errou com Baresi e Massaro, marcou com Albertini e Evani. O Brasil perdeu com Márcio Santos, fez com Romário, Branco e Dunga. Baggio tinha nos pés a responsabilidade de manter a série. Precisava marcar, mesmo com as dores na coxa que carregava da semifinal contra a Bulgária. Mas mandou pelo alto. A geração de Dunga e Romário, que nasceu contestada em 1990, dava a volta por cima para garantir à Seleção o primeiro título mundial depois da era Pelé.
*ZHESPORTES