Foi pelas redes sociais que Luciano Hocsman, presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), recebeu a notícia de que, após a reunião desta quarta-feira (3) do Gabinete de Crise, o governo estadual autorizou o aumento de público de 30% para 50% da capacidade dos estádios. A decisão faz com que o clássico Gre-Nal, agendado para as 19h do próximo sábado (6), no Beira-Rio, possa receber até 25 mil pessoas.
Por decisão do STJD, o clássico só terá colorados em função da pena aplicada à torcida gremista, via liminar, em função da invasão do gramado da Arena no último domingo.
— É um avanço importante para que a gente possa gradativamente chegando a um aumento das capacidades de ocupação dos nossos estádios — declarou o dirigente, em entrevista ao programa Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha.
Procurada pelos três clubes que disputam a Série A do Brasileirão (Grêmio, Inter e Juventude), a entidade que rege o futebol gaúcho foi responsável por pleitear junto às autoridades a ampliação da presença de público que, até então, era de 30%.
Conforme anunciado pelo governo, o decreto será publicado ao longo de sexta-feira (5), estabelecendo as novas regras para que mais torcedores ocupem as arquibancadas.
— Além da questão da pandemia, os estádios de futebol, especialmente os que têm maior complexidade de sistema, estão aptos a dar toda a segurança necessária aos torcedores. Mas é preciso que o torcedor também cumpra a sua parte. Precisamos entender que estamos em um momento de transição, estamos avançando na vacinação, diminuindo os casos (de covid-19), e o torcedor precisa dar mais um gás para manter o cumprimento destes protocolos para que a gente possa avançar e não retroceder na ocupação das capacidades dos nossos estádios. O Rio Grande do Sul é um dos Estados com maior índice de vacinação. Quem sabe, no final do ano ou antes, possamos chegar a 100% de ocupação dos nossos estádios também — comentou o presidente da FGF.
O decreto, porém, não irá beneficiar o Grêmio que, de acordo com liminar deferida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), terá de atuar com portões fechados como mandante e, quando visitante, não terá direito aos 10% reservados à sua torcida. O clube ainda será julgado e pode perder de um até 10 mandos de campo.
O pedido acatado pelo presidente do órgão, Otávio Noronha, leva em consideração os incidentes ocorridos no último domingo (31), na Arena, quando torcedores gremistas invadiram o gramado, agredindo seguranças e depredando a cabine do VAR e equipamentos de transmissão.
A decisão impede que a torcida tricolor se faça presente no Beira-Rio neste fim de semana. Sobre isso, o dirigente declarou:
— Acredito que os episódios lamentáveis ocorridos na Arena decorrem de uma circunstância. Nada se justifica, mas não se deu pelo aumento do percentual de ocupação dos estádios. Houve um descontrole. Eu respeito muito as opiniões técnicas e, a partir do momento que o comando da Brigada Militar menciona que, do ponto de vista da segurança pública, a presença do torcedor adversário não acarreta insegurança, nós temos que acatar. Acho que Gre-Nal é sempre complicado e sabemos que os ânimos ficam mais acirrados. É uma rivalidade muito grande, mas ao mesmo tempo confio na Brigada Militar — disse Hocsman, citando a entrevista do subcomandante-geral da BM, que se mostrou contrário ao veto da torcida visitante no Beira-Rio.
