
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu, junto com os clubes da Série A, na última quarta-feira (24), que o Brasileirão terá um limite para as trocas de técnicos dentro da disputa. Cada equipe poderá fazer demitir apenas um treinador ao longo do torneio e, ao mesmo tempo, cada técnico só poderá treinar dois times diferentes. A votação foi acirrada, mas contou com o placar de 11 a 9 a favor da aprovação da limitação.
O presidente Federação Brasileira dos Treinadores de Futebol (FBTF), Zé Mário Barros, esteve na reunião em que foi tomada a decisão e aprovou a medida que, segundo ele, dará mais tranquilidade para que os técnicos possam trabalhar durante a disputa do campeonato.
— É um passo importante que a gente deu. Há muito tempo que os treinadores sofriam com isso. Essa ação é fundamental para que o futebol brasileiro volte aos bons momentos. Agora, o treinador não vai mais poder reclamar que não teve tempo, vai da capacidade de cada um deles. Eu não defendo apenas os treinadores, falei na reunião, eu defendo o futebol. Quero que sejamos fortes e ainda mais respeitados no mundo inteiro — afirmou.
Conforme Zé Mário, a proposta aprovada na última quarta agradou também a grande parte dos técnicos do futebol brasileiro. Em um grupo de Whatsapp, profissionais agradeceram ao presidente pela conquista obtida junto à CBF e aos clubes.
— A gente tem um grupo de 160 treinadores e todos agradeceram o empenho da federação. Todos acham que vai começar a melhorar, vão ter mais tranquilidade, tanto pra desenvolver o trabalho, quanto na questão emocional, sem tanta pressão de ser demitido. Como que você pode trabalhar sendo que a qualquer momento a torcida pode entrar no CT e querer bater em ti? Com alguns clubes sendo coniventes a isso. Os treinadores estão satisfeitos, porque vão conseguir trabalhar melhor — completou.
O presidente da FBTF ainda descartou a possibilidade de que essa medida tire a autonomia dos clubes ao longo do Brasileirão, argumentando que o futebol é feito por regras impostas pelas federações:
— Quando a CBF diz que só pode inscrever 20 jogadores no campeonato, tira a autonomia do clube? É a mesma coisa. Quando se determina que tem que ter sete no banco, que a FIFA determina, isso não influencia na autonomia do clube? É a mesma coisa, é uma regra, tem que cumprir, acho que tudo que é novo vai dar complicação, mas é o caminho para a gente voltar ao futebol brasileiro.
O Campeonato Brasileiro começa no dia 29 de maio e acaba no dia 5 de dezembro caso não haja interrupções pela pandemia de coronavírus. Se uma equipe demitir o segundo treinador durante a competição, ela só poderá efetivar um outro profissional que já seja funcionário do clube com no mínimo seis meses de casa.