Santista de nascimento e formação futebolística, Claudinei Oliveira encontrou sua praia em Florianópolis há exatamente um ano. E não é uma das 42 da capital catarinense. O trajeto do bairro Itacorubi até o Carianos é feito com satisfação. Parte do caminho até o local de trabalho é banhado por águas salgadas, como na cidade do litoral paulista. Porém, a alegria é porque tem o sentimento de estar em casa quando chega à Ressacada. Pudera, para treinador de futebol, um ano é mais que o bastante para ter o sentimento de acolhida por um clube.
Há um ano ele assumia o Avaí na 14ª colocação na Série B, ainda em flerte com o rebaixamento. O acesso à elite nacional foi o passaporte à continuidade. Hoje o clube luta para ficar na Série A e tem no comando um treinador identificado. Não é ilhéu, mas o azul lhe corre nas veias como qualquer azurra. A Ressacada é lar.
– Me sinto em casa. Fui bem recebido e um ano de clube dá para conhecer bem as pessoas. Jamais saí de casa para trabalhar no Avaí emburrado. Sempre saí animado e feliz porque você encontra pessoas boas e que te tratam bem – garante, com um sorriso no rosto enquanto fala, que não deixa dúvida.
A primeira alegria com o Leão foi ainda antes de ser anunciado como treinador. O Avaí enfrentava o Sampaio Corrêa fora de casa, com o futuro colega Evando, auxiliar técnico, no comando interino. Pela televisão, Claudinei torcia para que a quase nova equipe vencesse. É que se mesmo com o triunfo o convite fosse mantido, era sinal de que realmente era bem-vindo. Assim foi. Dias depois era acolhido como mais um membro da família azurra.
– Eu me sinto bem quisto e sou bem recebido pelo seu Carlos, a tia da portaria, o pessoal da rouparia e pelos funcionários. Quando vim para trabalhar aqui, me falaram do ambiente familiar. Sempre falaram isso e realmente é. Você se sente em uma grande família. Com todos trabalhando em prol de um objetivo maior. Esse ano ainda mais. Com todos com salário em dia, o que é maravilhoso. Fico feliz em trabalhar em local com as pessoas felizes – alegra-se.
Como em qualquer família, porém, há os momentos delicados. Dois meses atrás, treinador que é, sentiu um dos momentos mais difíceis com a escassez de resultados. O vice do Catarinense ficou em segundo plano diante do clima na véspera do jogo contra o Botafogo, fora de casa, pela 10ª rodada. Com quatro derrotas nos últimos cinco jogos, a pressão era imensa. Porém, a satisfação foi igual depois do triunfo por 2 a 0 no Engenhão.
– Diziam que eu nem voltaria do Rio. Tudo que você fez e construiu está limitado ao resultado. Se fosse um resultado negativo, talvez não fosse mais técnico do Avaí. E acho que os jogadores sentiram isso. Acho que correram a cima do normal. Aquele jogo, pela forma que foi, me senti impotente, esperava que tivesse um pouco mais de consideração – desabafa.
O pior momento até agora foi superado. Claudinei sabe que haverá outros ruins. É da casa.
Confira a entrevista com o técnico do Avaí