Lanterna, oito pontos, nove gols feitos, 27 sofridos são os indicadores que aguardam Enderson Moreira, que estreia hoje, às 20h (SporTV transmite), pelo América-MG, diante do Flamengo, no Espírito Santo. O técnico vai para sua quarta passagem pelo clube mineiro com um desafio: fugir da segunda divisão. Com passagens pela base do Inter e pelo profissional do Grêmio, o treinador de 45 anos conversou com Zero Hora.
Como está o início do trabalho?
É tudo recente, estamos em fase de avaliação do grupo, buscando informações para ter a noção exata dos atletas. A primeira constatação é: temos qualidade para fazer uma campanha melhor. O título mineiro é a prova disso. Em alguns jogos, poderíamos ter vencido ou tido um resultado melhor.
Como é a rotina de um técnico que chega em meio ao campeonato?
Não é muito diferente. Colhemos informações, revemos os VTs dos jogos de forma mais crítica, mais concentrado. Depois, olhamos o adversário.
Normalmente, calcula-se 45 pontos para fugir do rebaixamento. O América-MG tem oito. Como conseguir?
O clube sabe da dificuldade que é se livrar do rebaixamento. É um objetivo possível, mas muito complicado. Vamos trabalhar um jogo de cada vez, investir tudo em cada partida. O que sabemos, mesmo, é que podemos ganhar de qualquer adversário.
Nesta situação, começa-se trabalhando o aspecto psicológico dos jogadores ou o técnico e tático?
Um pouco de cada, não dá para ter um sem o outro. Estamos lidando com a parte técnica, consolidando alguns conceitos de jogo. Porque só o resultado dará mais confiança. Apenas fazendo bons jogos conseguiremos reverter. Não adianta só distensionar o ambiente, tentar tranquilizar os jogadores se não conseguirmos os resultados.
O América-MG está se reforçando (na última semana apresentou cinco jogadores: o zagueiro Cardoso, os meias Diego Lopes e Eisner Loboa, e os atacantes Nixon e Michael). Fala-se do interesse no Felipe Garcia, do Brasil-Pel. O senhor também pediu contratações ou o grupo já lhe parece suficiente?
Temos um perfil bem interessante de atletas, que entendem que podem fazer mais e focados nisso. Sobre reforços, houve alguns movimentos anteriores à minha chegada bem positivos, e, claro que também dou algumas indicações. Mas prefiro não abrir os nomes, até porque alguns deles interessam também a outras equipes. O melhor é esperar a concretização.
É sua quarta passagem pelo América-MG. Como vê o clube desde a primeira?
Tinha 24 anos quando trabalhei aqui pela primeira vez. Hoje tenho 45. Provavelmente, ninguém conheça o clube há mais tempo do que eu. Por isso, posso garantir que mudou muito. É tudo praticamente novo, a estrutura, a organização, o estádio. O América-MG evoluiu.
O senhor também esteve aqui no RS. Poderia avaliar o momento da dupla Gre-Nal?
Sobre o Grêmio, creio que tenho um pouco de contribuição neste novo modelo do clube. Apostamos no Marcelo Grohe, no Geromel, lançamos o Luan e demos tranquilidade para que chegasse à seleção olímpica. Até Everton e Walace apareceram no time principal ainda quando estávamos aí. Mas o principal é a mudança da filosofia do futebol. O Roger acrescentou muito no processo. Não sei quando o Grêmio vai conquistar um título, mas está cada vez mais próximo. Já o Inter passa por um processo semelhante, mas ainda um pouco atrasado. Está apostando em jogadores mais jovens, com um perfil diferente. Está pagando o preço que esta ideia cobra, o da oscilação. Mas logo voltará a crescer. São equipes competitivas. Vejo o Inter com potencial de crescimento e acredito que o Grêmio brigará até o final pelo título.