Faz parte da rotina dos Gre-Nais que o clássico seja farto em competitividade e fraco em técnica. Mas as duas equipes não precisavam exagerar. O jogo teve pouco futebol e sobraram patadas. Poucas vezes uma partida registra a quantidade de faltas cometidas no primeiro clássico disputado na Arena do Grêmio.
A bola quase não rolou. A arbitragem colaborou interpretando como faltosas jogadas normais, aceitou jogadas desleais como lícitas e expulsou quando não deveria expulsar. Não houve vitoriosos no primeiro Gre-Nal do novo estádio, e a história registrará que a ocasião foi marcada por um festival de faltas e carência constrangedora de bom futebol.
A arbitragem
Fabrício Corrêa já está afirmado como bom árbitro, mas desta vez atrapalhou-se mais do que poderia, demonstrando nervosismo além da conta. Errou quando não aplicou o segundo cartão amarelo para Adriano, deu cartão vermelho para Jorge Henrique em falta duvidosa e exagerou no rigor excluindo Fabrício. E Willians, não deveria ser expulso no pênalti que cometeu? O árbitro foi mal, infelizmente.
Ousado
Renato Portaluppi surpreendeu escalando três zagueiros. Mas deu-se bem. Liberados para atacar, os dois laterais foram peças importantes do Grêmio. Pará e Alex Telles forçaram o jogo pelos flancos, e o Inter não conseguiu contê-los. Taticamente, Renato andou melhor.
Contido
Esperava-se que o Inter jogasse um pouco melhor, mas foi prejudicado pela postura contida. Os laterais não apoiaram, e Josimar, normalmente um volante que ataca e até finaliza, ontem foi apenas marcador. Visivelmente, faltou ímpeto ofensivo do Inter. Ah, Forlán teve uma das suas mais apáticas apresentações. Não jogou, simplesmente.
Delinquentes
A campanha pela paz no Gre-Nal não sensibilizou integrantes da Geral do Grêmio e Nação Independente. Os dois grupos de torcedores vandalizaram e tiraram de circulação um vagão da Trensurb. Não dá mais para transigir com estes delinquentes. É preciso identificá-los e responsabilizá-los pela destruição que provocam. E se para livrar o futebol da sua nefasta presença for preciso eliminar as torcidas organizadas, então que seja feito. Com a palavra clubes, Brigada Militar e Ministério Público. O copo da tolerância já transbordou.
No estádio
Faltariam elogios para caracterizar o comportamento dos quase 40 mil gremistas e os 1,5 mil colorados que ocuparam a Arena. Não houve incidentes dentro do estádio, quem foi ao jogo foi para torcer.
Não lotou
Cerca de 40 mil torcedores no estádio deve ser considerado um bom público. Mas, como não choveu, esperava-se que a Arena lotasse. Duas devem ser as razões: sócios que não foram ao jogo, e suas cadeiras ficaram vazias e preços dos ingressos, muito elevados.
Pedindo passagem
Elano jogou pouco, mais uma vez. E Máxi Rodríguez, quando entrou no jogo, reafirmou a sua qualidade. É possível que nenhum outro jogador do Grêmio tenha a sua precisão nos passes. Está pedindo espaço entre os titulares.
Boa opção
Scocco fez a sua estreia, teve uma boa finalização, mas mostrou que Dunga terá de escolher entre Forlán e Scocco. Sem muita demora.