Na lista dos maiores pilotos da história da Fórmula 1, o nome de Michael Schumacher é certo. Sete vezes campeão mundial e amante da velocidade, o alemão teve um destino trágico no final de 2013. No dia 29 de dezembro daquele ano, ele sofreu um acidente enquanto esquiava nos Alpes Franceses. Esse episódio mudou sua vida, mas não apagou seu legado no automobilismo.
No momento do acidente, desde que estava oficialmente aposentado em 2012, Michael detinha todos os recordes da principal categoria do automobilismo. Maior campeão, com mais vitórias, pole positions e uma das maiores dominâncias da história da F1 com a Ferrari. É verdade que hoje se sabe que boa parte dessas marcas foram quebradas por Lewis Hamilton, sendo apenas o heptacampeonato, já igualado pelo inglês, que segue sendo difícil de ser superado.
A carreira do alemão começou de uma maneira inusitada. O francês Bertrand Gachot pilotava pela Jordan e se envolveu em uma briga de trânsito na Inglaterra no ano anterior. Na temporada 1991, o piloto estava empolgado com alguns resultados e pelo carro corresponder bem em determinadas pistas. Uma delas era a de Spa-Francorchamps, na Bélgica. Contudo, três dias antes do Grande Prêmio, Gachot foi preso por conta do incidente de trânsito. A pena foi de dois anos.
Necessitando de um piloto com urgência, o nome do jovem Michael Schumacher, com 22 anos na época, foi indicado para a Jordan. Diziam que ele tinha experiência no traçado de Spa — uma mentira — e acabou sendo contratado. Daquele momento em diante surgia um dos maiores pilotos da história da F1.
Títulos por duas escuderias
Foram 306 corridas disputadas, 91 vitórias, 68 pole positions, 155 pódios e sete títulos mundiais. Os dois primeiros pela Benetton, em 1994 e 1995. Depois do sucesso com a pequena equipe italiana, Michael se transferiu para a gigante da Itália. Com a Ferrari, de 1996 a 1999, o alemão tinha bom desempenho, mas não conseguia vencer títulos.
Na virada do milênio, Schumacher e a escuderia italiana formaram uma das maiores dinastias da história da F1. Foram cinco títulos consecutivos, de 2000 a 2004. O sucesso só não seguiu por conta de Fernando Alonso e da Renault, que venceram nos dois anos seguintes. Com isso, Michael decidiu se aposentar pela primeira vez.
O retorno da aposentadoria
O alemão não aguentou ficar longe do automobilismo por muito tempo. Ele marcou presença em corridas de exibição e participava de outras categorias. Porém, Michael ainda não estava satisfeito e ainda tinha vontade de vencer. Com isso, entrou no projeto da equipe Mercedes na F1.
A equipe alemã estava de volta na categoria após longos anos e acreditava que Schumacher poderia ajudar no início. Foram três anos com ele em um dos carros, mas os resultados expressivos não apareceram por parte do heptacampeão. Por ironia do destino, com a saída de Michael da Mercedes em 2012, Lewis Hamilton foi contratado para começar uma sequência de anos vitoriosos da equipe. O britânico igualou o número de títulos e superou diversos recordes.
— Naturalmente, todos sabem que ele é um ícone e uma lenda do esporte. O que ele conquistou em tantas áreas, forçando o limite em termos físicos, ele foi realmente o pioneiro em ser o piloto mais preparado na época. O que ele fez pelas duas equipes em que atuou, especialmente na Ferrari, foi simplesmente notável — disse Hamilton, após a corrida na qual ele igualou o número de vitórias de Schumacher na F1, em 2020.
A passagem pela equipe alemã foi sem vitórias, sendo o melhor resultado um terceiro lugar no GP da Europa de 2012. O antigo empresário de Michael, Willi Weber, não concordou com a volta dele às pistas. Os dois romperam a parceria em 2010.
— Com todo respeito, mas do meu ponto de vista, foi a coisa mais estúpida que Michael poderia fazer. Ele falou que estava entediado, que tinha de pilotar. Aí eu disse: "O que você quer? Você só pode perder. Você não pode mais vencer, já ganhou tudo, é o melhor do mundo, está no maior pedestal existente, só vai perder agora". Porém, ele não quis ouvir — comentou Weber, em entrevista no ano de 2020 ao site alemão Motorsport-total.
Os números de Michael Schumacher
No fim das contas, o currículo de Schumacher dentro das pistas segue intacto. O alemão ainda é apontado por muitos como o melhor piloto da história da F1 e tem números expressivos para esses apontamentos:
- 306 corridas disputadas
- 91 vitórias (29,74% de aproveitamento)
- 155 pódios (50,65%)
- 68 pole positions (22,22%)
- 77 voltas mais rápidas (25,16%)
- 7 títulos mundiais (em 19 temporadas disputadas): 1994, 1995, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004.