O Rio Grande do Sul tem dois pilotos confirmados na Stock Car em 2018: Vitor Genz, na Eisenbahn Racing Team, e Cesar Ramos, na Blau Motorsport. Mas outros dois gaúchos ainda podem pintar na principal categoria do automobilismo brasileiro. Um deles é Marcio Campos, que em 2017 correu na mesma equipe de Ramos. O outro, é uma revelação: Gabriel Robe, de 20 anos.
Em dezembro, o piloto nascido em Pelotas conquistou o Campeonato Brasileiro de Turismo, categoria de acesso à Stock Car, e chamou atenção pela regularidade. De 15 pódios possíveis, o representante da equipe gaúcha Motortech by Viemar esteve em 10. E agora a aparição na elite do automobilismo nacional não pode ser descartada.
Abaixo, o jovem comenta o que projeta para 2018 e fala sobre as dificuldades percebidas no esporte:
Você foi vice do Brasileiro de Turismo em 2016 (o primeiro foi o ex-companheiro de equipe Marcio Campos, que seguiu para a Stock Car) e campeão este ano. Sente-se pronto para um novo passo na carreira?
Com certeza, hoje eu me sinto pronto para acessar à principal categoria do automobilismo brasileiro. Porém, apesar de ter conquistado o vice em 2016 e o campeonato em 2017, o acesso não é tão simples. Infelizmente, preciso de mais patrocinadores para poder rumar para a categoria principal.
Neste momento, qual a tendência para 2018?
Seguir no Brasileiro de Turismo, que será chamado Stock Light em 2018.
Em 2017, quais pontos você percebeu maior evolução como piloto?
Me senti mais experiente, "com mais cabeça". Na temporada de 2017, sinto que consegui ser bem mais tranquilo e consciente do que na temporada anterior. Estava com mais intimidade com o meu carro e em uma excelente sintonia com a equipe.
Comente um pouco do título deste ano. Em que momento viu que o título estava nas suas mãos?
Foi um ano de muito trabalho. Começamos o campeonato de um jeito bem ruim, com problemas mecânicos e sem nenhum resultado expressivo. Porém, depois das duas vitórias em Cascavel, na terceira etapa, nós começamos a ter uma regularidade impressionante. Dos 15 pódios do ano, estivemos em 10. Mas eu só consegui perceber que o título estava em minhas mãos depois que cruzei a bandeirada final, porque apesar de ter uma boa vantagem, qualquer toque ou quebra do carro naquela final nos tirava o título.
Como percebe o apoio ao automobilismo atualmente? Do ponto de vista dos patrocínios, são suficientes ou não de modo geral?
Muitas empresas estão investindo no automobilismo brasileiro, mas acredito que ainda falta, principalmente pensando nos pilotos brasileiros que querem chegar à Fórmula-1. E ainda faltam mais empresas que apoiem os jovens que estão se destacando no automobilismo, fazendo com que eles tenham um destaque maior no esporte. Isso dificulta uma renovação na modalidade.