Os brasileiros bem que tentaram, o gaúcho Miguel Paludo e o brasiliense Nelsinho Piquet, chegaram a liderar a etapa da Nascar Truck Series, no circuito Texas Motor Speedway, em Fort Worth, mas a vitória foi do norte-americano Johnny Sauter. Nelsinho ficou em terceiro e Miguel, em 14°.
Com o resultado, Nelsinho manteve-se na sétima colocação no campeonato, enquanto Miguel segue em décimo. Restam duas etapas para o final da temporada. O sonho do título brasileiro foi adiado.
- O carro oscilou bastante durante a prova. Uma pena - comentou Miguel Paludo, ao final da corrida.
- Estou um pouco frustrado com esse final de ano, esperava estar mais à frente no campeonato. Não vim para os Estados Unidos para ficar em uma posição intermediária - acrescentou o piloto gaúcho.
Nikki McGroerty e o marido, Jeff, são apaixonados pelas corridas
Foto: Rodrigo Franca/Divulgação
A prova texana movimentou desde a quinta-feira um exército de 200 mil torcedores. Mais do que uma modalidade esportiva, a Nascar é um modo de vida. Fãs de diversas partes dos Estados Unidos se mobilizam e, com os seus motorhomes, invadem os circuitos. Um mar de caminhões e de casas móveis surge em meio à estrada. O circuito de Fort Worth ganhou contornos de feira ao longo do fim de semana - com espectadores em sua maioria brancos e republicanos. Antes da largada, a obrigatória bênção de um pregador aos corredores e o hino norte-americano - que, ao contrário do hino brasileiro, em nossos estádio, é cantado com respeito e com todas as pessoas em pé.
A dona de casa Nikki McGroerty, 35 anos, e o marido, Jeff, são bons exemplos do público Nascar. Apaixonados pelas corridas, eles costumam acompanhar as provas no Texas, onde vivem. Em 2007, o relacionamento iniciado quando Jeff convidou Nikki para assistir a uma prova da Nascar em sua casa, engrenou e eles se casaram. No pódio do Texas Motor Speedway. Para marcar o quinto aniversário do matrimônio, Nikki levou para a pista o vestido de noiva, em preto e branco, como a bandeira da linha de chegada, e pedia para os pilotos autografarem.
- É o nosso aniversário de casamento - dizia ela aos pilotos.
Durante as provas, ninguém parece se importar com o barulho ensurdecedor dos motores, que torna qualquer conversa impossível. Um dos segredos do sucesso da Nascar, um evento que movimenta pelo menos 100 mil pessoas nos circuitos a cada final de semana (no caso de Fort Worth, foram 200 mil torcedores, pagando um ingresso mínimo de R$ 40), é a proximidade dos fãs com os ídolos. O piloto nem bem sai do carro e, normalmente, já é recebido com um bloquinho, uma caneta e uma câmera. No pátio, torcedores, mecânicos, chefes de equipes e pilotos se misturam e há até um estacionamento para carrinhos de golfe, que facilitam os deslocamentos internos - e que está sempre lotado. Andrew Gobbe caminhava com o filho Paul, 4 anos, próximo à pista, durante a sessão de treinos. O guri, fã da Nascar, usava um boné do personagem Relâmpago McQueen, o simpático bólido da animação da Disney Carros.
- A Nascar é, sobretudo, um evento familiar - explica Andrew.
Prova texana movimentou um exército de 200 mil torcedores
Foto: Rodrigo Franca/Divulgação
O piloto gaúcho Miguel Paludo também contou com reforço de casa na prova. A mulher, Patrícia, e o filhinho, Oliver, de um ano, voaram duas horas, de Mooresville, na Carolina do Norte, onde vivem, para o Texas, a fim de acompanhar a corrida.
- A presença deles a meu lado é muito importante. Parece que as minhas forças aumentam com eles por perto - conta Miguel.
No Texas, as botas de cowboys são facilmente encontradas, geralmente em homens de chapéu, mas também em garotas vestindo shortinhos. Todos embalados por bandas de rock e country, que tocam em meio ao ronco dos motores e às voltas dos pilotos com os carros a 300 quilômetros por hora.
A classificação da prova:
1. Johnny Sauter
2. Parker Kliegerman
3. Nelsinho Piquet
4. Kyle Busch
5. Ty Dillon
14°. Miguel Paludo