Estudante de Engenharia Química da Universidade Feevale, Felipe dos Santos Machado, 19 anos, deu largada a sua carreira de pesquisador bem antes de começar a frequentar os bancos acadêmicos - o que foi fundamental para lhe garantir uma bolsa integral na instituição antes mesmo de prestar vestibular.
Autor de um projeto sobre reciclagem de plástico com alumínio, o jovem segue colhendo os frutos da pesquisa iniciada ainda nos tempos de escola, na Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, de Novo Hamburgo, sua cidade natal.
Em junho, Felipe embarca rumo a Israel para um período de um mês de imersão científica no Weizmann Institute of Science, onde participará de pesquisas desenvolvidas com pós-doutorandos no Instituto de Nanotecnologia e Engenharia de Materiais. Esta, no entanto, é apenas uma das portas que lhe foram abertas pelo interesse científico. Com o projeto, já participou de eventos na Holanda, na Turquia, na Alemanha e na Argentina.
- Até me arrependo de não ter começado antes. Se tivesse demorado mais, não teria conhecido tantos lugares.
Inspiração na família, benefício à comunidade
Filho de uma doméstica aposentada e de um instalador de divisórias de escritórios, Felipe buscou no trabalho do pai a inspiração para seu projeto de pesquisa. Sua ideia original era encontrar uma maneira para reaproveitar tubos de pasta de dente para produzir novas divisórias de modo sustentável.
- Queria encontrar um processo em que fosse possível reciclar plástico que tem alumínio, como nos tubos, porque separar os dois materiais é muito caro. Minha ideia inicial era construir paredes - conta Felipe.
A aplicação da matéria-prima, porém, mudou de foco, depois que Felipe identificou uma necessidade da Creche Municipal Pica-Pau Amarelo, que fica no bairro Canudos, onde o estudante mora. Com os brinquedos de madeira que ficavam no pátio já deteriorados, ele produziu três balanços e três bancos.