O engenheiro químico pode atuar na transformação da forma química ou física da matéria nas várias etapas dos processos industriais, seja no controle de operações, no projeto dos equipamentos ou no acompanhamento da produção.
Traduzindo: o profissional pode trabalhar no sistema de tratamento de gases ou de líquidos de uma indústria de fertilizantes, tratar da exploração de matéria-prima, desenvolver um projeto de uma indústria de celulose ou, ainda, supervisionar a operação de máquinas em uma fábrica de tintas. Dessa forma, o engenheiro químico está habilitado para atuar em inúmeros tipos de indústria, desde uma de cerâmica, por exemplo, até refinarias, além da área de consultoria e de pesquisa.
Na Unisul, o curso oferecido em Tubarão, no sul de Santa Catarina, tem duração de cinco anos. Entre as linhas de conhecimento da graduação estão a termodinâmica e as reações químicas, além de disciplinas de matemática, física e química.
Crescimento da construção civil impulsiona a área
O coordenador do curso da Unisul de Tubarão (SC), Cesar Renato Alves da Rosa, ressalta a importância desse engenheiro. O crescimento no setor da construção civil, por exemplo, vai exigir o desenvolvimento de matérias-primas e o aprimoramento químico e físico de materiais para a construção, como os cimentos. Segundo Rosa, a preocupação ambiental também amplia o mercado, já que os profissionais podem trabalhar na redução da emissão de poluentes das indústrias ou na purificação de efluentes em estações de tratamento.
O professor conta, ainda, que o ambiente industrial faz parte do cotidiano de muitos engenheiros, que atuam na cadeia produtiva e têm na indústria seu local de trabalho.
Pensando no desenvolvimento do país
Ricardo Barbosa é um profissional da indústria. Em 27 anos de profissão, ele já trabalhou nos mais diversos setores de uma carbonífera de Criciúma, no sul de Santa Catarina. Extração, industrialização, purificação, controle de qualidade do carvão e medidas para a preservação de recursos naturais foram algumas de suas responsabilidades. Agora, Barbosa atua como superintendente, cuidando da gestão de pessoas e analisando os níveis de produção.
- A minha responsabilidade é fazer com que tudo isso funcione muito bem - explica.
Para ele, muitas pessoas têm uma visão errada da profissão, considerando que o engenheiro químico só vai trabalhar em uma bancada de laboratório, por exemplo.
- Trata-se de um profissional que aplica a química a processos, pode atuar em vários espaços, de uma fábrica de explosivos à indústria de alimentos. O principal é ter dedicação e foco.
Do que é preciso gostar
> Como explica o coordenador do curso de Engenharia Química da Unisul, Cesar Rosa, para ingressar neste curso, o aluno precisa ter afinidade com as exatas, como matemática e química. O estudante também precisa gostar e se dedicar com intensidade ao tema da transformação química da matéria.
O que é mais difícil
> Segundo o engenheiro químico Ricardo Barbosa, para os gestores da área, o mais complicado tem sido encontrar uma equipe comprometida. Muitos profissionais não têm a noção do valor do próprio trabalho na produção de uma empresa. Por isso, ele acredita que os engenheiros que têm profissionalismo encontram mais espaço para crescer.
Mercado de trabalho
> Ricardo Barbosa acredita também que, diante da variedade de opções de atuação, o mercado de trabalho é bom para o engenheiro químico. Ele reforça que esse profissional tem habilitação para atuar nos diferentes tipos de processo industrial, o que facilita a inserção no mercado.
No Rio Grande do Sul
> De acordo com o portal e-MEC, do Ministério da Educação, a graduação é oferecida nas seguintes instituições do Estado: Centro Universitário Franciscano (Unifra), Centro Universitário La Salle (Unilasalle), Centro Universitário Univates, Fundação Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSul), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Universidade de Caxias do Sul (UCS), Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Feevale, Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) e Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).