Em geral, o aluno tem medo da redação, mas não apresenta o mesmo medo quando não sabe algum conteúdo de química ou matemática. A redação é muito reveladora, expõe se o candidato tem conhecimentos gerais, sabe escrever e organizar ideias. Talvez a redação seja a prova que melhor reflita o aluno. Por isso, existe um trauma, um bloqueio no momento de escrever. Para superar a dificuldade, é necessário saber que existe uma técnica. O aluno deve dominá-la, precisa ler, comparar bons e maus textos, ver onde estão os erros e acertos. Praticar é fundamental.
Luísa Canella, coordenadora de redação do Grupo Unificado
Para um bom texto, é importante desenvolver duas habilidades: dominar a língua e ter conhecimentos gerais sólidos. E estas habilidades só são adquiridas com a prática da leitura e da escrita. Por isso, é preciso escrever e ler. Na linguagem, é importante tirar a ideia de que escrever bem é escrever difícil. Uma boa redação precisa ter linguagem clara, objetiva e fluente. Com um bom vocabulário, o aluno evita repetições e consegue estruturar bem o seu texto. Argumentos sólidos fazem a diferença. Uma boa dica para exercitar é a contra-argumentação. O aluno pega seu ponto de vista e elabora aspectos contrários. Se, ao confrontar as ideias, ele perceber que sua posição é mais consistente, está com bons argumentos.
Jésura Lopes Chaves, professora de redação do Colégio Militar de Porto Alegre
As pessoas não estão acostumadas a ler e a se concentrar no mesmo assunto. Os estímulos para prestar atenção em várias coisas ao mesmo tempo são enormes. E a falta de leitura deixa as pessoas destreinadas para colocar o foco em uma atividade. Assim, na hora que precisam escrever, entram em pânico. Para fazer um bom texto, antes de qualquer coisa, o aluno deve buscar a concentração. Na hora da redação, vale a penar ler com calma o tema proposto e anotar em um papel o máximo de ideias possíveis, mesmo que fora de ordem. Nesta associação, uma palavra puxa a outra. Depois é organizar o texto com aquela estrutura básica de início, meio e fim.
Cíntia Moscovich, escritora e jornalista
Talvez os alunos não percebam que escrever é como falar. Claro que até para falar é preciso pensar um pouquinho... Para aliviar a tensão antes de fazer um texto, para relaxar, em geral leio alguma coisa que eu mesmo escrevi. E que gosto, claro. Uma boa dica para ter noção se o texto está bom é dá-lo para a mãe ler. Ela com certeza vai achar algum defeito.
Tabajara Ruas, escritor
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