O Ministério do Meio Ambiente lançou, nesta quarta-feira (14), o Escolas +Verdes, um programa que pretende instalar biodigestores em escolas públicas de todo o país. A ação deverá contemplar, em uma primeira fase, 200 escolas.
A medida tem como modelo o projeto Lixo Zero, de Venâncio Aires. Na cidade, que fica no Vale do Rio Pardo, 13 escolas da rede municipal receberam biodigestores, equipamento que ajuda na decomposição de matéria orgânica. A estrutura transforma restos de comida, por exemplo, em gás e fertilizantes usados na própria instituição. De acordo com o prefeito, Jarbas Daniel da Rosa, um total de 20 escolas farão parte da iniciativa.
A Escola Municipal de Ensino Fundamental Alfredo Scherer foi usada como exemplo em Brasília, durante o lançamento do programa. Lá, os alunos participam das atividades de separação dos rejeitos orgânicos, plantam hortaliças a partir do biofertilizantes, assim como o combustível gerado é utilizado na preparação da merenda escolar.
— Essa é uma primeira escola, e logo mais 200 colégios também terão. O selo que estamos criando, você pega uma escola e multiplica a atividade daquela escola, criando-se um ecossistema ambiental. Em parceria com outros ministérios, queremos colocar vários biodigestores pelo país, diminuindo a emissão de gás metano — disse o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.
O programa
O projeto nacional, lançado em parceria com o Ministério da Educação, prevê R$ 50 mil para cada instituição contemplada. Na primeira etapa, estão previstos R$ 100 milhões para a instalação dos biodigestores para a produção de biogás a partir de resíduos orgânicos, que substitui o gás de cozinha para o preparo de alimentos. O ministro da Educação, Victor Godoy, ressalta que a iniciativa tem como principal meta estimular a educação ambiental na comunidade escolar.
— São mais 7,8 mil escolas sem esgotamento sanitário, daí a importância de trabalhar na conscientização de alunos e professores para o tratamento desses resíduos, que muitas vezes terminariam em rios e córregos, áreas importantes de preservação ambiental — disse.
No país, entre as instituições de ensino sem acesso à água tratada e saneamento básico, 7,2 mil estão localizadas na área rural, em especial, nas regiões norte e nordeste do país. Para este problema que envolve saúde pública e meio ambiente, não há um programa específico. De acordo com Godoy, o governo federal estima melhorias do esgotamento sanitário a partir das metas do Novo Marco do Saneamento Básico.
Um estudo feito pela Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon) e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Sindicon), com base nas metas do Marco, mostra que serão necessários R$ 893,3 bilhões para universalizar o acesso à água e esgoto tratados até 2033, incluindo um investimento de R$ 308,1 bilhão pela União nos próximos quatro anos.