Capacitar estudantes de escolas públicas por meio da prática de resolução de desafios sociais em escolas e comunidades. É esse o objetivo do Empower, a etapa seguinte do Crie o Impossível, o evento que reuniu cerca de 10 mil estudantes no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, em junho deste ano.
As inscrições para essa fase seguem até o dia 31 de outubro e podem ser feitas no site do desafio. Os participantes concorrem a bolsas de intercâmbio, de graduação, cursos de inglês e livros. A iniciativa é organizada pelo Embaixadores da Educação, uma organização sem fins lucrativos que desenvolve atividades com estudantes da rede pública de ensino.
— O Empower é uma jornada em que o aluno constrói um projeto para acessar oportunidades. Acreditamos que o fazer é o maior ato empoderador que uma pessoa pode ter. Porque, ao fazer, você entende suas capacidades, suas limitações, o que pode melhorar e o que tem de bom — diz Guilherme Menezes, um dos fundadores do Embaixadores da Educação.
Como é o processo
A Empower é uma etapa na qual o aluno deve identificar e buscar resolver um problema observado na comunidade onde ele vive ou na escola onde estuda.
Essa fase é destinada aos jovens que participaram da primeira parte do evento, feita no Estádio Beira-Rio, em junho. Agora, as atividades serão por meio de uma plataforma que o aluno terá acesso após criar uma conta no site. No ambiente, há conteúdos que ensinam a montar uma equipe, a entender qual será o público-alvo do desafio, a mapear recursos e encontrar parceiros para desenvolver o projeto.
Ao escolher o desafio na plataforma, a Empower ajudará o aluno a encontrar uma solução para o problema, por meio de um "passo a passo" para criar um projeto inovador. Os participantes serão acompanhados por um mentor, que estará disponível para tirar dúvidas durante o processo.
O primeiro passo é decidir de qual desafio participar: são 16 opções de temas relacionados à agenda de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2030, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU); essa será a temática central do projeto a ser desenvolvido pelos estudantes. Isso significa que os problemas que terão de resolver terá de ter correlação com a ODS escolhida.
No desafio, os jovens devem desenvolver competências, habilidades e atitudes, que serão avaliadas durante o projeto. Entre elas estão o conhecimento sobre os ODS, pensamento crítico, trabalho em equipe, capacidade de mobilização social, fomento do perfil empreendedor e design thinking.
A plataforma Empower tem uma moeda, a Empoderas, um mecanismo de motivação e reconhecimento, utilizado para estimular a permanência do estudante na jornada. A cada ação executada, o participante acumula as moedas, que podem ser trocadas por uma oportunidade educacional.
No processo, o estudante poderá convidar usuários para o projeto, via e-mail, id do usuário ou pesquisar pelo nome. Caso o estudante convide usuários ainda não cadastrados na plataforma, poderá ganhar mais moedas.
Vencedores
A escolha dos vencedores leva em conta, primeiro, a condição socioeconômica do participante: onde ele mora, se tem acesso à água e ao saneamento básico, para entender o trabalho feito dentro do contexto em que ele vive. Depois, a partir dessas informações, é avaliado o desenvolvimento do projeto do estudante.
— Analisamos se esse jovem, mesmo com um alto nível de vulnerabilidade social, foi capaz de construir algo dentro de suas capacidades. Mas, principalmente, se ele conseguiu se transformar e se entender como agente capaz durante o processo — explica Guilherme Menezes.
Os melhores projetos receberão prêmios em quatro categorias: bolsas de graduação, intercâmbio, cursos online e livros. Os vencedores serão conhecidos em dezembro deste ano.
A quarta edição do Crie o Impossível, na capital gaúcha, foi organizada em parceria com o Sebrae-RS - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Sul e com a Secretaria Estadual da Educação. Também teve apoio de Instituto MRV, Instituto Localiza, Alicerce Educação, Bees, Latam, Estádio Beira-Rio e Grupo RBS.