O Conselho Universitário da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Consul-UFRGS) decidiu ainda em novembro de 2021 que será exigida a apresentação do passaporte vacinal para o retorno das aulas presenciais. Alunos de 22 unidades acadêmicas deverão mostrar o comprovante de imunização contra a covid-19 para acessar as instalações a partir do dia 7 de março.
A reitoria da UFRGS, por outro lado, decidiu no último dia 11 que não deveria haver a exigência de passaporte vacinal. O site da universidade informa que a instituição "não exige comprovante vacinal de covid-19 para acesso a seus espaços físicos, tanto para atividades acadêmicas quanto para eventos com a participação de convidados".
No entanto, em entrevista ao programa Estúdio Gaúcha, da Rádio Gaúcha, na sexta-feira (18), a diretora da Faculdade de Educação e coordenadora do Fórum de Diretores da UFRGS, Liliane Ferrari Giordani, disse que o conselho está confiante que os institutos e faculdades que compõem a UFRGS irão optar pela exigência do passaporte.
— Os conselhos precisam reafirmar e referendar o que o conselho superior da universidade deliberou. Nós temos uma deliberação na UFRGS, uma resolução, lá de novembro, que traz como uma das exigências no protocolo de retorno o passaporte ou o comprovante vacinal — disse.
— Estamos em um cenário que infelizmente não tranquiliza a comunidade, porque temos uma informação vinda da reitoria e outra do conselho. O que cabe às unidades é respeitar a decisão do conselho. Eu como diretora da faculdade Educação não posso dar as costas a uma decisão do conselho superior — completou a coordenadora.
Liliane disse, no entanto, que espera uma mudança de postura da reitoria. Ela afirma que a decisão do conselho se sobressai sobre a decisão do reitor.
— Estamos torcendo que na portaria a ser publicada pelo gabinete do reitor tenhamos a indicação (da exigência do comprovante vacinal) na volta presencial nesta primeira fase a partir do dia 7 de março. A UFRGS é como uma cidade. É uma circulação enorme de pessoas que precisam sim, em termos de consciência, voltar à presencialidade. Temos que reascender esses estudantes que estão há três semestres longe, até quatro. Tem alguns que fizeram o vestibular e ainda não viveram a faculdade no sentido físico. Mas é obvio, vamos fazer isso na defesa plena da saúde e com cuidados a todos — disse.
A entrevistada disse que para um retorno seguro das aulas, os servidores que trabalham nas instituições também devem estar vacinados.
— Os servidores estão voltando com um plano de controle presencial que a gente chama de um "plano restrito". Para a gente ter um teto além da questão do comprovante nós temos toda uma questão do protocolo para entrada nos prédios, o teto de ocupação dos espaços e o controle da higienização. Então isso, nas unidades de saúde, a enfermagem, a medicina, odontologia, todos já estão com essa exigência desde antes dessa decisão de agora.
Segundo a coordenadora, os ensinos remoto e hibrido vão continuar acontecendo para aqueles que desejarem não estar na atividade presencial neste primeiro momento. Os não vacinados só poderão acompanhar as aulas na modalidade à distância.
— Aquelas pessoas que, com seu direito individual, optaram por não tomaram a vacina não serão prejudicadas no acesso à educação, mas sim no acesso de encontros coletivos – disse.
Liliane, porém, defendeu que os alunos não imunizados tomem a decisão contrária para uma segurança sanitária maior.
— Nós temos uma questão da saúde pública. É uma questão de controle sanitário que necessita também de uma ação coletiva, não só uma ação individual. Todos os indicadores têm apresentado que a vacina é um inibidor das consequências a partir do contágio. É claro que a máscara, a higienização, o controle e distanciamento são fatores fundamentais, mas o que tem nos mostrado é que a vacina diminui os reflexos da contaminação — concluiu.