Morreu na tarde da última sexta-feira (16), aos 82 anos, o técnico de anatomia Lauro Backes, mais conhecido como "Tio Lauro". Ele trabalhou durante 42 anos no Laboratório de Anatomia Humana da Universidade Feevale, em Novo Hamburgo.
Segundo professores da instituição, Backes sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) na última quinta-feira (15) e chegou a ser hospitalizado em Bom Princípio, onde residia. O falecimento ocorreu por volta das 18h do dia seguinte.
Backes era uma figura conhecida pela comunidade acadêmica pelo amor à profissão, dedicação e bom-humor. Foi inúmeras vezes homenageado pelas turmas de formandos de cursos como Enfermagem, Medicina, Farmácia e Ciências Biológicas.
Coordenador do laboratório de anatomia, o professor Marcelo Marques Soares trabalhou 28 anos ao lado do técnico. Ele explica que Backes ganhou o título de “Tio Lauro” pela proximidade que tinha com colegas e alunos, sendo visto como parte da família para muitas pessoas que frequentavam a universidade.
Em 2017, ano em que Backes se aposentou, a Feevale fez uma homenagem a ele, dando seu nome ao laboratório. À época, foi realizada uma cerimônia com alunos, professores e com a família do técnico. Uma placa foi instalada no local como recordação.
— Ele era uma pessoa muito querida, e a comunidade acadêmica teve a grande sensatez de fazer essa homenagem em vida, demonstrando o carinho que todos tinham por ele — afirma Soares.
Enquanto funcionário da Feevale, o técnico era responsável por receber os alunos, cuidar dos modelos anatômicos e preparar aulas. De acordo com docentes da instituição, ele contribuiu para que o espaço se tornasse referência para outros laboratórios no país.
— Ele não só ajudou a inaugurar aquele ambiente como foi fundamental para sua consolidação como espaço de ensino. Apesar de não exercer o cargo de docente, exercia as funções de um professor, guiando e dando suporte aos alunos. É uma perda irreparável — afirma o professor Fernando Spilki, pró-reitor de pesquisa e extensão da Feevale.
Backes também manifestou a vontade de doar seu corpo ao laboratório, para estudos da área da saúde.
— Quero continuar aqui após a morte — dizia o técnico, conhecido por motivar novas doações de corpos e contribuir para a formação dos profissionais da área da saúde.
Antes de trabalhar na instituição de ensino, Backes, que era técnico em enfermagem, trabalhou como enfermeiro em hospitais de Novo Hamburgo e de Sapiranga.
Ele deixa esposa, filhos, netos e bisnetos, além dos milhares de “sobrinhos”, como ele se referia, carinhosamente, aos alunos da Feevale.
O sepultamento ocorreu na tarde deste sábado no Jardim da Memória, em Novo Hamburgo.