Pela oitava vez, uma pesquisa desenvolvida no Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) recebeu premiação na Regeneron International Science and Engineering Fair (Regeneron ISEF), maior feira de ciências pré-universitária do mundo. O trabalho da estudante Victórya Leal Altmayer Silva, do curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio do Campus Osório do IFRS, foi premiado em quarto lugar na categoria Comportamento e Ciências Sociais, que teve 84 projetos inscritos. Ela apresentou o Projeto Fidere: Desenvolvimento de um APP voltado à economia circular de brechós e associações do litoral norte gaúcho.
A ISEF é tradicionalmente realizada nos Estados Unidos, mas a edição deste ano ocorreu de forma virtual, reunindo mais de 1.836 jovens pesquisadores, de 65 países, com 1.480 projetos. Os trabalhos premiados foram divulgados nesta sexta-feira (21).
A delegação brasileira teve 18 trabalhos apresentados. Dois deles foram do IFRS. Além de Victorya, a estudante Lorenza Pabst Botton, do Campus Bento Gonçalves, apresentou a pesquisa Razão e paixões na moralidade em Hume. Ela tem orientação do professor Franco Nero Antunes Soares.
Sobre o projeto vencedor e conquistas com a ciência
O trabalho de pesquisa Projeto Fidere: Desenvolvimento de um APP voltado à economia circular de brechós e associações do litoral norte gaúcho buscou uma solução para alavancar a economia circular de brechós e associações da região do litoral norte gaúcho. Para isso, foi realizado o mapeamento de 35 brechós e 14 associações femininas nas cidades de Capão da Canoa, Osório e Tramandaí.
O primeiro resultado foi a criação de um aplicativo de celular inovador no mercado internacional tecnológico, com o modelo de testes disponível no Google Play, e que funcionará como loja virtual. A pesquisa tem orientação da professora Flávia Twardowski, atual diretora do Campus Osório, sob coorientação do docente Cláudius Jardel Soares.
Victorya conta que a premiação na ISEF é a realização de um sonho, resultado de um intenso trabalho e muita dedicação.
— Há 9 meses, se alguém tivesse me dito que tudo isso aconteceria, eu nunca acreditaria. O prêmio é um reconhecimento muito lindo, mas o de mais especial que carrego comigo é um amadurecimento e a evolução, não só como pesquisadora, mas como ser humano. Sei que no dia de hoje sou uma pessoa melhor por todas as frustrações, ensinamentos e conquistas que a ciência me trouxe. Estou extremamente grata a tudo isso e, especialmente, aos meus orientadores que construíram comigo o Fidere — declara.
A orientadora, professora Flávia Twardowski, relata que a pesquisa foi desenvolvida em um ano muito difícil, 2020, devido à pandemia e aos desafios por estar assumindo a direção-geral do Campus Osório em meio a este novo cenário:
— Nesse turbilhão, nasceu o Fidere e transformou a todos, mostrando que a economia circular precisa ser muito mais vivenciada pela nossa comunidade.
A ISEF é a finalização da etapa de competições de feiras de ciências. Victorya já obteve diversos reconhecimentos com esse projeto: na 19ª edição da Febrace, realizada em março, ficou com o 1º lugar na área Ciências Sociais Aplicadas, conquistou o Prêmio Destaque Unidades da Federação, garantindo o posto de melhor projeto do Estado do Rio Grande do Sul frente a outros 31 participantes, e o Prêmio Regeneron ISEF, recebendo o credenciamento para o evento internacional.
IFRS na ISEF
Nas participações anteriores do Campus Osório do IFRS na ISEF, de 2015 a 2019, os projetos, todos sob orientação da professora Flávia Twardowski, sempre receberam alguma premiação – nos anos de 2017 e 2018 foram dois trabalhos premiados. Em 2020, o evento não teve premiação de trabalhos.
A de maior repercussão foi em 2019, quando a estudante Juliana Estradioto conquistou o 1º lugar na área de Ciência dos Materiais – premiação que a colocou em destaque no cenário da pesquisa.