O curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) é o segundo melhor do país, conforme a avaliação do Conceito Preliminar de Curso (CPC), indicador de qualidade do Ministério da Educação (MEC) referente a 2019 e divulgado nesta quarta-feira (9).
A graduação da PUCRS alcançou 4,11 pontos em uma escala que vai de 1 a 5. O melhor curso de Medicina no Brasil é da Universidade de Franca (Unifran), na cidade de Franca, interior de São Paulo, com nota de 4,17. Foram analisadas 232 graduações da área.
Depois da PUCRS, estão as graduações da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Paraná, e do Centro Universitário de Anápolis (Unievangélica), em Goiás – veja a lista a seguir.
No Rio Grande do Sul, em segundo lugar ficou a Medicina da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e, em terceiro, a Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Na avaliação de 2017, referente ao ano anterior, a PUCRS já havia ficado em primeiro lugar no Estado, mas em 18º em nível nacional.
O bom desempenho do curso é explicado pela qualificação dos professores, pela integração dos alunos da graduação com residentes e pós-graduandos e pela alta carga horária prática, afirma o decano da Escola de Medicina da PUCRS, Leonardo Pinto.
— A gente considera muito importante a integração dos alunos de graduação com os da residência e do mestrado e doutorado. Isso estimula quem está na graduação a participar de projetos de pesquisa. O currículo também teve alguns aprimoramentos, aumentou a carga horária prática e algumas disciplinas foram integradas. E acho importante destacar os campi de prática do São Lucas e da unidade de saúde da Vila Fátima, onde os professores atendem com os alunos — afirma o decano.
Para além da nota específica, cada curso é classificado com um conceito, que pode ser 1, 2, 3 (a média), 4 ou 5. Nenhum curso gaúcho de Medicina ficou com conceito abaixo da média.
Analistas ressalvam que a baixa presença de grandes universidades públicas entre as melhores notas do CPC pode ocorrer porque a avaliação leva em conta a nota do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), o que pode mudar o resultado da instituição conforme a adesão dos formandos à prova.
Historicamente, em universidades públicas, estudantes prestam menos o Enade, enquanto que, nas privadas, as instituições incentivam os alunos a tomar parte justamente para figurar entre as melhores graduações do país.
— Algumas universidades privadas investem na preparação para o Enade e estimulam os alunos a participar porque isso é importante para o prestígio do curso — reflete Pinto.
Segundo o médico Sandro Schreiber de Oliveira, vice-presidente da Associação Brasileira de Educação Médica (Abem), o bom resultado de instituições menos tradicionais em nível nacional (veja a lista a seguir) também pode ser explicado em parte porque universidades jovens costumam ter maior facilidade em adaptar o ensino às novas diretrizes curriculares da área.
— Quando olhamos para os cursos de Medicina, não é infrequente que as pequenas universidades se adequem às diretrizes curriculares mais rapidamente do que as mais antigas, que podem ter um peso histórico que dificulte mudanças. Além disso, nessas avaliações também conta o desempenho do estudante, e pode haver um ótimo estudante de uma pequena faculdade — afirma o vice-presidente da Abem.
O CPC é um indicador de qualidade que avalia diferentes cursos de graduação todos os anos. O cálculo leva em conta o desempenho dos estudantes no Enade, a formação dos professores, a infraestrutura, os recursos pedagógicos oferecidos pelas instituições e a percepção dos alunos sobre o ensino.
As notas que mais pesam são o Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD), que analisa a expectativa sobre os estudantes e sua performance ao longo da graduação com base no resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Enade, e a proporção de professores mestres e doutores em cada curso.
Quem produz o CPC é o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), braço do MEC dedicado a análises estatísticas educacionais.
Na edição deste ano, o CPC analisou também Engenharias, Arquitetura e Urbanismo, Odontologia, Enfermagem, Biomedicina, Educação Física, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Zootecnia e cursos técnicos.
As notas dos cursos de Medicina do RS avaliados pelo MEC em 2019
- PUCRS: 4,11 (conceito 5)
- UFCSPA: 3,66 (conceito 4)
- UFRGS: 3,49 (conceito 4)
- Univates: 3,47 (conceito 4)
- UFPel: 3,44 (conceito 4)
- Unisc: 3,33 (conceito 4)
- UFSM: 3,16 (conceito 4)
- UPF: 3,1457 (conceito 4)
- UCS: 2,91 (conceito 3)
- Furg: 2,80 (conceito 3)
- UFFS: 2,75 (conceito 3)
- UCPel: 2,67 (conceito 3)
- Ulbra: 2,66 (conceito 3)
As notas mais altas de Medicina de todo o país em 2019
- Universidade de Franca (Unifran): 4,17 (conceito 5)
- PUCRS: 4,11 (conceito 5)
- Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG): 4,02 (conceito 5)
- Centro Universitário de Anápolis (Unievangélica): 3,98 (conceito 5)
- Universidade Nove de Julho (Uninove): 3,94 (conceito 4)
- Universidade Federal de São Paulo (Unifesp): 3,93 (conceito 4)
- Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG): 3,84 (conceito 4)
- Universidade de Vassouras: 3,82 (conceito 4)
- Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR): 3,81 (conceito 4)
- Centro Universitário de Maringá (Unicesumar): 3,79 (conceito 4)