Historicamente considerada a fase escolar mais crítica da Educação Básica no Brasil, pela alta taxa de abandono e baixo nível de aprendizagem, o Ensino Médio teve, em 2019, o maior salto de qualidade registrado desde 2005. Ainda assim, essa etapa não atinge a meta definida no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) desde 2013. Os resultados do Ideb, um dos principais indicadores da qualidade da educação brasileira, foram divulgados nesta terça-feira (15) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
O avanço de 0,4 ponto obtido entre 2017 e 2019, de acordo com os dados divulgados pelo Inep, foi o maior em toda a série histórica. Em 2005, o Ideb foi 3,4, passando para 3,5 em 2007 e para 3,6 em 2009. Entre 2011 e 2015, o Ideb do Ensino Médio ficou estagnado em 3,7. Em 2017, avançou para 3,8 e, no ano passado, para 4,2. A meta para o ano, no entanto, era 5.
— É um aumento muito expressivo. A gente tem que comemorar, ainda mais porque o Ensino Médio vinha em um crescimento bem lento — afirmou Carlos Moreira, diretor de estatísticas do Inep, em coletiva de imprensa realizada em Brasília.
O Brasil avançou no Ideb em todas etapas de ensino, mas apenas nos anos iniciais do Ensino Fundamental, do 1º ao 5º ano, cumpriu a meta de qualidade estabelecida para 2019. O Ideb registrado nos anos iniciais no país foi 5,9, índice que superou a meta nacional de 5,7 considerando tanto as escolas privadas quanto as públicas. Nos anos finais do Ensino Fundamental, do 6º ao 9º ano, o Ideb alcançado no país foi 4,9, inferior à meta fixada para a etapa, 5,2.
— A gente vem melhorando ano a ano, e o Ideb mostra isso. Mas a gente precisa acelerar esse ritmo. Estamos em pleno momento de uma nova política curricular, com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e novas diretrizes da formação de professores. Se investirmos (mais) em formação de professores com qualidade, vamos dar um salto — garantiu Izabel Pessoa, secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC).
O Ideb é calculado a cada dois anos para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, com base em dados de aprovação nas escolas e de desempenho dos estudantes no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). O Saeb avalia os conhecimentos dos estudantes em língua portuguesa e matemática. O índice final varia de 0 a 10.
O índice tem metas diferentes para cada ano de divulgação e também metas específicas nacionais, por unidade da federação, por rede de ensino e por escola. A intenção é que cada instância melhore os índices para que o Brasil atinja o patamar educacional da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).