Lançado no começo de junho, o sistema online utilizado pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc) para aulas remotas já recebeu as inscrições de 580 mil estudantes. O número equivale a cerca de 70% das matrículas em escolas da rede — ou seja, 30% dos alunos ainda não fizeram o primeiro acesso ao ambiente virtual.
A plataforma utilizada é a Google Classromm (sala de aula, na tradução). Através dela, é possível separar as diferentes séries por turmas, encaminhar lições, propor tarefas e oferecer a possibilidade de interação entre as crianças e os adolescentes, em uma espécie de recreio.
De acordo com a Seduc, as 30 coordenadorias regionais de Educação (CREs) estão fazendo contatos individuais com alunos que não fizeram o registro e avaliando se o motivo passa por falta de acesso à internet ou por equipamentos.
O resultado dessa pesquisa será apresentado quando o Estado lançar o serviço de internet patrocinada, ainda em julho. A partir de repasses mensais de R$ 450 mil feitos pela Assembleia Legislativa, por um ano, será possível custear a conexão de estudantes e professores.
Uso de laboratórios com hora marcada
A Seduc afirma que os meses de junho e julho estão sendo utilizados para que os usuários da nova plataforma se acostumem com os recursos tecnológicos. No entanto, os testes e as adaptações serão mantidos pelos próximos meses. A medida é necessária para que o estudante com dificuldades não fique sem opções de estudos.
No entanto, mesmo quem não tenha computador, smartphone ou uma conta de internet em casa pode fazer a inscrição da Google Classroom. Em nota, a secretaria relata que os alunos devem entrar em contato com suas escolas e marcar horário para utilizar os laboratórios de informática.
“Para os alunos que não possuem dispositivos para acesso à plataforma ou internet, a estrutura das escolas pode ser utilizada mediante agendamento prévio e respeitando todas as medidas de prevenção ao contágio pelo covid-19. Para aqueles estudantes sem nenhum acesso à tecnologia, os materiais impressos podem ser retirados nas escolas mediante agendamento prévio”, diz a pasta.
Entre os 38 mil professores, a Seduc afirma que 37 mil já realizaram o primeiro acesso ao sistema online.
Como vai funcionar?
As atividades da rede pública serão desenvolvidas através da plataforma Google Classroom, que pode ser acessada em computadores e smartphones com acesso à internet. O ambiente virtual proporciona recursos que suportam atividades pedagógicas não-presenciais, inclusive com determinados tipos de avaliações.
Serão 37 mil turmas espalhadas pela plataforma, com salas específicas para recreio e para professores, além de orientação educacional e coordenação pedagógica. Haverá atenção especial, com turmas próprias, de preparação para o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem).
A Seduc irá manter equipes de suporte terceirizadas disponíveis para atender os professores por telefone ou por chat, nos três turnos. Também haverá pessoas de referência nas escolas e nas coordenadorias regionais.
Aulas mantidas
Desde o início das primeiras medidas restritivas contra a pandemia, adotadas em março, as escolas estaduais estão produzindo conteúdo para os alunos, mas não há padronização no envio. No momento, as lições são encaminhadas através de WhatsApp e outras redes sociais ou pessoalmente, em formato impresso.
No momento, não há previsão de retomada das aulas presenciais na rede estadual.