Sem expectativa quanto ao fim da greve do magistério, que completará um mês no sábado (14), o Estado começa a projetar a conclusão do ano letivo. A expectativa, caso a paralisação seja encerrada na próxima semana, é de que a recuperação ocorra até o final do mês de janeiro, com aulas também aos sábados.
De acordo com a Secretaria Estadual da Educação, cerca de 350 escolas estão com as portas fechadas, enquanto outras 650 estão funcionando parcialmente. O Piratini é responsável por 2,5 mil instituições de ensino.
_ Sem dúvida nenhuma (as aulas irão até janeiro). E, dependendo da votação do pacote, podemos entrar até em fevereiro _ projeta o titular da Educação estadual, Faisal Karam.
Ele completa que, como os professores entram em férias após o último dia de aula, o próximo ano letivo, em casos extremos, será iniciado entre março e abril.
Ainda assim, o secretário destaca que as escolas que não registram a adesão à greve de nenhum professor irão encerrar as atividades conforme o previsto, em 19 de dezembro, e reiniciar os trabalhos em 19 de fevereiro, junto à rede municipal.
O governo anunciou o corte do ponto dos professores em 22 de novembro, embora os valores que serão descontados tenham que ser pagos com a recuperação dos dias parados.
O ano letivo só pode ser encerrado com 200 dias de aula, com 800 horas para o Ensino Fundamental e mil horas para o Ensino Médio.
Greve
Os professores iniciaram o movimento em 14 de novembro, em resposta à intenção do Piratini de alterar o plano de carreira da categoria.
De acordo com o Cpers-Sindicato, que representa os docentes, o número de escolas que paralisaram suas atividades totalmente chega a 746, enquanto 793 estão afetadas parcialmente. O levantamento foi feito na segunda-feira (9).
Procurada pela reportagem de GaúchaZH, a presidente da entidade, Helenir Schürer, informou, através de sua assessoria, que falará em entrevista coletiva nesta sexta-feira (13).
Nas redes sociais, ela divulgou vídeo criticando as alterações no projeto que propõe mudanças nas carreiras docentes do Estado e falou sobre a recuperação dos dias parados.
“Precisamos sentar e conversar para o bem dos nossos alunos e negociar os dias parados. Ou o senhor vai querer que o ano letivo não termine?”, questionou, em menção ao governador Eduardo Leite.
Até o momento, não houve negociação entre o Cpers-Sindicato e o governo do Estado. A entidade não aceita conversar sem a retirada dos projetos que mudam regras da categoria, em tramitação na Assembleia Legislativa.