O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que a pasta estuda maneiras de punir alunos com baixo desempenho no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). O Enade avalia cursos de Ensino Superior por meio de prova. Em coletiva para divulgar os resultados do exame em 2018, realizada na manhã desta sexta-feira (4), Weintraub defendeu mudanças mais duras contra esses alunos:
— Uma pessoa que faz a prova e acerta 10% das questões, acho que não deveria se formar. Não deveria ter o diploma, não deveria fazer a colação.
Sem detalhar as eventuais punições, Weintraub deixou claro que as medidas estão sendo estudadas dentro do ministério e que nada será realizado de maneira abrupta, mas sim por meio do diálogo com outros setores:
— A gente tem uma série de sugestões, mas não vai fazer nada a fórceps. É tudo no diálogo, na conversa. Tem de passar pelo Congresso. Tudo vai passar pelo Congresso.
Ao expor essa possibilidade, o ministro citou que as regras atuais preveem punição apenas para quem não realiza o Enade. Esse candidato fica impedido de colar o grau até participar do exame. No entendimento de Weintraub, esse sistema cria condições para alunos não levarem a sério a prova, fazendo “de qualquer jeito”.
— Realmente, acho que quem faz entre 0% e 20% da prova foi para sabotar. Fez a prova fazendo graça.
Incentivo
Na mesma coletiva, o ministro e o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Ribeiro Lopes, também citaram a possibilidade de divulgar os nomes de estudantes com os melhores desempenhos no exame. A intenção é tornar público apenas os nomes daqueles que acertaram mais de 60% da prova. Não será divulgada a nota específica, mas a faixa de acertos.
— A gente quer divulgar quem foram os alunos que tiveram melhor resultado por curso como forma de incentivo para que ele busque ficar entre os melhores, para colocar isso no currículo — disse o presidente do Inep, Alexandre Ribeiro Lopes.
Atualmente, apenas os próprios estudantes têm acesso às notas individuais. A intenção é divulgar os estudantes com melhores desempenho por faixa, ou seja, por exemplo, aqueles que acertaram de 60% a 80% da prova e aqueles que acertaram entre 80% e 100% da avaliação.
De acordo com os dados divulgados pelo Inep, a média geral das notas dos estudantes da maior parte dos cursos avaliados foi menor do que 50 pontos, em uma escala que vai até 100.
Com base nas notas dos alunos, é calculado o chamado Conceito Enade, que classifica os cursos em uma escala de 1 a 5, sendo 5 a nota máxima. Em 2018, apenas 492 cursos superiores tiraram a nota máxima no Enade. Esses cursos correspondem a cerca de 5,8% do total de 8.520 que tiveram o desempenho divulgado.