O Ministério da Educação (MEC) encaminha, desde o início da manhã desta quinta-feira (28), um novo comunicado às escolas no qual suspende o pedido de filmagem de estudantes e do envio dos vídeos por e-mail. É o terceiro contato feito com instituições de ensino de todo o Brasil. O texto de hoje justifica o recuo por "questões técnicas e de segurança".
"Em relação à mensagem anterior do Ministério da Educação (MEC), dirigida aos senhores e senhoras diretores e diretoras de escolas, por questões técnicas de armazenamento e de segurança, o ministro Ricardo Vélez Rodríguez decidiu suspender o pedido de filmagem e de envio dos vídeos por e-mail."
A decisão de enviar a mensagem às escolas com a nova decisão foi tornada publicada na quarta-feira (27), quando Vélez Rodríguez informou ao Ministério Público Federal (MPF) que voltaria atrás.
Entenda o vaivém
Na última segunda-feira (25), o MEC enviou mensagem a todas as escolas brasileiras orientando a leitura de uma carta na presença de estudantes, professores e funcionários das escolas. Nela, havia o slogan de campanha do presidente Jair Bolsonaro: "Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!". O ministro da Educação, Ricardo Vélez, reconheceu que houve um equívoco.
Na terça-feira (26), foi encaminhado um segundo comunicado. Nele, o slogan foi retirado, mas a orientação para leitura e o registro de filmagens foi mantida. A mensagem especificava que, antes que os vídeos fossem utilizados, seria solicitada a devida autorização dos pais e responsáveis.
A pasta havia especificado o tamanho dos vídeos e os endereços de e-mail para o qual deveriam ser enviados. As imagens seriam selecionadas pelo ministério "para eventual uso institucional".
Advogados e representantes de escolas públicas e privadas criticaram o pedido por ferir a autonomia das instituições de ensino. O Ministério Público Federal (MPF) chegou a convocar o ministro da Educação a dar explicações – um dia depois, houve recuo total de Vélez Rodríguez no pedido.