O governo federal vai querer conhecer previamente as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a partir do ano que vem, para evitar temas polêmicos, principalmente a disseminação da "ideologia de gênero", disse o presidente da República eleito, Jair Bolsonaro (PSL), durante a transmissão de cerca de 40 minutos feita nas redes sociais.
- No Enem do ano que vem, pode ter certeza, fique tranquilo, não vai ter pressão dessa forma. Nós vamos tomar conhecimento da prova antes. Vão ter perguntas sobre Geografia, dissertação sobre História, questões voltadas ao que interessa ao futuro da nossa geração, do nosso Brasil. - disse Bolsonaro, ao comentar uma das questões que tratou do pajubá, dialeto de travestis e da população LGBT.
Hoje, nem o presidente da República nem o ministro da Educação têm acesso à prova previamente. O material só é acessado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela aplicação do exame.
Durante a transmissão, Bolsonaro tratou transgêneros de "aquelas pessoas" e disse que essa é uma questão "menor" para o País. Segundo o presidente eleito, "quem ensina sexo (para as crianças e adolescentes) é papai ou mamãe". Para demonstrar que o Brasil é conservador, disse que escolherá para o ministério da Educação alguém "com autoridade".
Universidades
Para o presidente eleito, parte das universidades não se preocupa com educação. Ele citou uma visita feita à Universidade de Brasília (UnB), quando se disse surpreso com o que viu. "Era maconha", descreveu. “Preservativo no chão e cachaça na geladeira.”
Bolsonaro também criticou as pichações que, segundo ele, são frequentes em universidades. Para Bolsonaro, a escolha do futuro ministro da Educação é um desafio. “Educação é complicado”, desabafou.
*com informações de Agência Brasil e Estadão Conteúdo