Mais de um ano depois que a reforma do Instituto de Educação, em Porto Alegre, parou por falta de cumprimento do contrato, os trabalhos serão finalmente retomados nesta quarta-feira (17). A empresa Concrejato Serviços Técnicos de Engenharia S/A, que fará a obra ao custo de R$ 22,9 milhões, assumiu o prédio da instituição no início da tarde.
— Vamos começar pela limpeza do pátio. De resto, está como previsto, na vistoria que já realizamos anteriormente — afirmou o responsável pela reforma, o engenheiro Wayman Rainho, que recebeu das mãos de representantes da Secretaria de Obras do Estado as chaves da escola.
Quem circula pela região deverá perceber a retomada somente nos próximos dias. Isso porque os funcionários da empresa deverão fazer uma espécie de preparação no prédio antes de efetivamente iniciarem os trabalhos.
— Hoje (quarta-feira), vamos entrar oficialmente com a Secretaria de Obras, que vai nos passar o prédio. Já estivemos avaliando o local anteriormente, mas formalmente tomaremos posse do prédio hoje. Primeiro, faremos a mobilização de funcionários, limpeza e montagem do canteiro de obras, para depois iniciá-la de fato — explica um dos diretores da empresa, Ronaldo Ritti.
Construído em 1935, o Instituto de Educação é considerado patrimônio histórico do Rio Grande do Sul — como o prédio é tombado, o projeto de reforma precisou de mais cuidados, o que tornou a obra mais cara. A reforma será feita nos três prédios do colégio (prédio central, ginásio e jardim de infância) e inclui troca das redes hidráulica, elétrica e de informática, substituição de pisos e revestimento, e implantação de sistema de segurança e elevadores. Depois de iniciado, o trabalho deve durar 18 meses.
Por enquanto, mais de 1,5 mil alunos estão deslocados para outras três escolas da região. A previsão de que os estudantes retornem ao Instituto de Educação em 2020, no entanto, está mantida.
— Temos um pouco menos do que 18 meses até lá, mas vamos tentar agilizar este processo junto com a empresa. Se os alunos não puderem todos estar em sala no primeiro dia de aula, devem migrar nas primeiras semanas. Há bastante tempo para desenvolver a obra, e esta empresa tem bastante experiência. Eu queria muito que a obra começasse ainda neste ano, porque nunca deixou de ser prioritária. Antes tarde do que mais tarde — diz o secretário de Educação, Ronald Krummenauer.
Somente 10% das obras estão concluídas
A reforma do Instituto de Educação começou em janeiro de 2016 e tinha previsão de ser concluída entre julho e agosto de 2017. Ainda assim, somente 10% das obras estão concluídas.
A primeira empresa contratada teve o contrato rompido em agosto do ano passado por ter atrasado o serviço. O governo elaborou nova licitação, mas enfrentou dificuldades porque, inicialmente, todas as empresas que elaboraram propostas tiveram problemas de documentação.
— Tentamos fazer um acordo inicial com a empresa que paralisou a obra, mas eles não concordaram, e foi necessário um tempo de tramitação jurídica até que pudéssemos fazer nova licitação. Muitos diziam que não daria tempo de iniciarmos as obras ainda neste ano, mas finalmente conseguimos — comemora o secretário.
O Estado poderia ter utilizado verbas do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) para a reforma, mas perdeu a oportunidade porque as obras com esses recursos precisariam ser concluídas até fevereiro de 2019, o que não vai acontecer. Agora, os custos serão cobertos com recursos públicos, por meio do dinheiro proveniente do salário-educação.
Mais de 1,1 mil escolas estão recebendo obras em todo o Estado, segundo a Secretaria de Educação. Krummenauer está visitando escolas da Fronteira Oeste e da Campanha nesta semana para verificar o andamento dos trabalhos, além de buscar aproximar os professores da secretaria.