O verão nem chegou oficialmente, mas os ânimos sobre os trajes da estação já causaram polêmica no Instituto Estadual Rui Barbosa, em São Luiz Gonzaga, no noroeste do Estado. Na semana passada, algumas alunas reclamaram que não puderem assistir às aulas porque estavam usando short ou outra roupa considerada curta demais para os padrões definidos pela instituição de ensino. Houve até protesto dos estudantes por conta do episódio. Alguns reclamam que não há um critério claro sobre essa orientação.
— A justificativa da escola é que os guris vão ficar constrangidos. Ou até os professores homens. Mas não vejo constrangimento maior do que irem atrás de nós, gurias, e ficarem colocando a mão na nossa perna para saber quantos dedos acima do joelho o short está — diz a estudante Gabriele Medeiros, 19 anos, estudante do 3º ano do Ensino Médio.
No ano passado, caso semelhante ocorreu no Colégio Anchieta, em Porto Alegre, quando um grupo de alunas protestou contra as regras de vestuário da escola particular.
Por e-mail, a direção da escola, que conta com 796 alunos, informou que as regras sobre as roupas e condutas dos estudantes estão previstas no regimento escolar. "Tais normas são válidas para todos os estudantes, respeitando assim a igualdade de gênero, tanto que no Regimento Escolar, página 23, o item que se refere ao assunto abordado está descrito da seguinte forma: 'O aluno deve vestir-se adequadamente ao ambiente escolar, evitando roupas curtas e decotadas'", informou a instituição.
De acordo com o setor pedagógico da 32ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), cada escola tem autonomia para definir, com a comunidade escolar, as normas a serem seguidas.
A direção do Rui Barbosa ressaltou que "a fim de estabelecer um padrão de medida, segundo a simetria do corpo humano, ao esticar o braço ao longo do corpo, tem-se a medida do comprimento que a comunidade escolar considera adequado para o ambiente escolar".
A escola ressaltou que não houve proibição do short desde que ele esteja nas medidas consideradas adequadas e que não ocorreu expulsão de alunos.