Por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) ingressou com um pedido de liminar nesta terça-feira (28) solicitando a reintegração de posse do prédio da Reitoria, que está ocupado desde a última sexta-feira (24). Os alunos, que protestam contra casos de racismo na universidade, permitem a entrada apenas de funcionários terceirizados, que são orientados a bater o cartão-ponto e deixar o local.
No processo, que está na 2ª Vara Federal de Santa Maria, a UFSM argumenta que tentou a negociação com os alunos e que atendeu às reivindicações dos movimentos negros, mas sustenta também que o protesto está prejudicando os trabalhadores. A universidade teme que a ocupação do prédio por muitos dias impossibilite o pagamento dos salários, já que, com o bloqueio, não é possível fazer o processamento dos pagamentos.
A UFSM afirma que criou um grupo para debater o racismo na universidade, mas destaca que, quanto à investigação, não pode fazer nada, já que está sob responsabilidade da Polícia Federal.
Protestos
Os estudantes cobram uma postura mais efetiva da Reitoria com relação aos casos de racismo dentro da instituição. Somente neste ano foram três manifestações de ódio na universidade.
A situação mais recente foi registrada na semana passada na parede da sala do diretório acadêmico do curso de Ciências Sociais, no campus da UFSM, no bairro Camobi. No local, foram escritas as frases "brancos no topo" e "fora macacos" junto aos nomes de três estudantes da instituição.
Em agosto e setembro, as manifestações aconteceram na sala do diretório acadêmico do Direito, no antigo prédio da Reitoria, que fica no centro da cidade. A Polícia Federal ainda não sabe se os três casos estão relacionados.