Os estudantes que protestam contra os casos de racismo dentro da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) seguem ocupando o prédio da reitoria. A mobilização completa cinco dias nesta terça-feira (28), com entrada permitida apenas de funcionários terceirizados que são orientados a bater o cartão-ponto e a deixar o local.
Entre as reivindicações dos estudantes está a punição imediata dos responsáveis pelas mensagens dentro da instituição. Os alunos também pedem a construção de uma campanha de combate ao racismo pela reitoria e outras questões referentes a maior inserção e participação dos negros dentro da UFSM. A universidade disse que está apurando, por meio de procedimentos internos, os casos de manifestação de ódio. Além disso, através de nota, anunciou medidas que estão sendo tomadas com relação ao caso.
O vice-reitor da UFSM, Paulo Bayard, afirma que o dia de hoje tem sido de tentativas de negociação para liberar o acesso ao prédio. A reitoria observa, contudo, duas situações que são impactadas pela ocupação da reitoria: a falta de continuidade nas atividades do dia a dia instituição e, inclusive, um possível reflexo na folha de pagamento dos servidores - já que eles estão sem poder exercer suas atividades. Sobre isso, o temor da gestão é que os salários dos servidores possam ser afetados, já que com o bloqueio do prédio não é possível fazer o processamento dos pagamentos e também a comprovação dos dias trabalhados.
Cobrança
Os estudantes estão mobilizados desde sexta-feira (24) e cobram uma postura mais efetiva da reitoria com relação aos casos de racismo dentro da instituição. Somente neste ano foram três manifestações de ódio dentro da universidade.
A situação mais recente foi registrada na semana passada na parede da sala do Diretório Acadêmico do curso de Ciências Sociais, no campus da UFSM, no bairro Camobi. No local foram escritas as frases "brancos no topo" e "fora macacos" junto aos nomes de três estudantes da instituição.
Em agosto e setembro, as manifestações aconteceram na Sala do Diretório Acadêmico do Direito, no prédio da antiga reitoria, que fica no centro da cidade. A Polícia Federal (PF) segue investigando, mas ainda não sabe se os três casos estão relacionados.