A prova de Redação será o primeiro desafio para muitos dos 6,7 milhões de candidatos que começam no próximo domingo a fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017. Envolta em polêmicas neste ano antes mesmo de ser aplicada – recente decisão judicial impede quem desrespeitar os direitos humanos de receber nota zero –, o texto dissertativo-argumentativo deve ser a primeira escolha de diversos alunos que terão, ainda, de responder a um total de 90 questões de Ciências Humanas e Linguagens, aplicadas no mesmo dia.
Apesar de o ministro da Educação, Mendonça Filho, ter confirmado que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) foi notificado da decisão judicial, e que dela deve recorrer nesta sexta-feira, a recomendação do governo é de que os candidatos sigam as regras do edital. Até porque uma das cinco competências avaliadas na correção da redação do Enem prevê a elaboração de uma proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos. Esse item não foi modificado pela decisão judicial. Ou seja: ferir os direitos humanos pode até não levar à nota zero, mas certamente vai acarretar perda de pontos.
— Não tem por que arriscar, né? — questiona Júlia Tomasiak, 16 anos, que pretende disputar uma vaga em Medicina e que participava, nesta quinta-feira (2), de uma aula especial no Araújo Vianna, em Porto Alegre.
— Se a gente acha errado ir contra os direitos humanos na vida real, por que vai falar o contrário na hora da prova? — completa Gabriela Bystronski, 17 anos.
Sempre aguardado com expectativa pelos estudantes, o tema da Redação do Enem pode ser uma dor de cabeça, especialmente quando recebido como uma completa surpresa. Mas a professora de Redação do Unificado Luísa Canella explica que as provas do Enem têm uma predileção por temas sociais – e a proposta deste ano deve seguir a mesma linha de temas de anos anteriores. No ano passado, os candidatos tiveram de versar sobre a intolerância religiosa; em 2015, sobre a violência contra a mulher. Antes disso, sobre trabalho infantil, liberdade de informação, ética, dignidade humana.
— São temas sociais, culturais. A tendência é essa — completa Patrícia Zanella, também professora de Redação no Unificado.
A professora Luísa Canella cita quatro temas a que os alunos devem estar atentos. Mesmo que possam não ser apostas certeiras, ela explica que essas sugestões se encaixam dentro do que o Enem tem cobrado e podem levar a uma boa reflexão antes da prova, contribuindo para um texto melhor quando chegar a hora do exame.
Confira os temas que podem ser abordados
Propostas para pessoa com deficiência (PCD)
A importância do respeito ao idoso
O uso adequado da energia
Tema levando em conta os diferentes tipos de preconceito
Bate-papo ao vivo
Professora Luísa Canella dá dicas para uma redação nota mil em bate-papo ao vivo nesta sexta-feira, ao meio-dia, na página GaúchaZH no Facebook. Acompanhe!