A Polícia Federal (PF) pretende usar a análise da caligrafia para tentar identificar os autores dos casos de racismo e apologia do nazismo dentro da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O delegado Diogo Caneda deverá usar provas e trabalhos feitos à mão por alunos para tentar comparar com as frases escritas nas paredes e, assim, tentar identificar suspeitos — principalmente nos dois primeiros casos, em que a investigação está mais avançada.
Esses documentos, referentes às ocorrências de agosto e setembro, inclusive, já foram solicitados à UFSM, conforme o delegado. No caso mais recente, da última terça-feira (21), o método de investigação deve ser o mesmo, já que o local também não tinha câmeras de segurança.
Os casos
Nesta terça, as manifestações de ódio foram identificadas na parede da sala do Diretório Acadêmico do curso de Ciências Sociais, no campus da UFSM, no bairro Camobi. Foram escritas as frases “Brancos no topo” e “Fora macacos” junto aos nomes de três estudantes da instituição. Além disso, também foram desenhadas suásticas nazistas no local.
Em agosto deste ano, foram encontrados desenhos de suásticas nazistas na sala do Diretório Acadêmico do Direito, que fica no prédio da Antiga Reitoria, no centro de Santa Maria. Depois, em setembro, a mesma sala recebeu as frases “O lugar de vocês é no tronco” e “fora negros” atacando diretamente, pelo menos, dois alunos negros do curso. A Polícia Federal ainda não sabe se os três casos estão relacionados.
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Manifestações
Na quarta-feira (22), cartazes contra o racismo foram fixados no prédio onde o último ataque aconteceu. Na internet, foram divulgadas notas de repúdio de alguns cursos de graduação da UFSM e também da própria reitoria. No Restaurante Universitário (RU), estudantes realizaram um ato de repúdio às manifestações racistas ocorridas nos diretórios acadêmicos.