Em circular enviada às escolas, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) determinou que as aulas perdidas com a greve dos professores só poderão ser recuperadas no final do ano letivo. O documento foi formulado depois da paralisação dos servidores no mês passado, que durou três dias. Porém, de acordo com a Seduc, a normativa segue em vigor para essa nova mobilização do Cpers, que se iniciou na terça-feira (5) e não tem data para terminar.
Os professores protestam contra mais um parcelamento de salários por parte do governo gaúcho. Desta vez, os educadores estaduais receberam apenas R$ 350 na primeira faixa – e ainda não há previsão de quando serão feitos os próximos depósitos.
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Nesta quarta-feira (6), os portões do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, o Julinho, em Porto Alegre, estavam fechados desde a manhã. De acordo com a diretora Fernanda Gaieski, uma reunião às 18h definirá se a equipe seguirá mobilizada.
– Ainda precisamos ver como será a reunião, mas tudo indica que os professores vão decidir por manter a paralisação. Muitos profissionais não têm mais nem condições de vir trabalhar devido à falta de dinheiro – lamenta. O Julinho tem mais de 2 mil alunos, divididos nos três turnos, e mais de 100 professores.
De acordo com a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, o calendário de recuperação das aulas é organizado pela escola junto com a comunidade.
– Como prevê a Lei de Gestão Democrática – frisa.
Mesmo assim, o sindicato reitera que, na assembleia geral desta terça, os educadores decidiram por não recuperar as aulas se o governo continuar com os parcelamentos dos salários.
A Secretaria de Educação informa que ainda não decidiu se cortará ou não o ponto dos servidores.
De acordo com a Seduc, na 11ª Coordenadoria de Educação (CRE), que abrange a região de Osório, dois terços dos colégios estão sem aulas parciais ou totais. Na área de Erechim, apenas uma escola aderiu à greve.
Conforme o Cpers, a adesão no interior é alta, com 60% de paralisação em São Luiz Gonzaga, Santiago e Bagé. Pelotas chega a 80% de professores mobilizados. Cidades que normalmente não integram o movimento também optaram pela greve como Camaquã, Gramado e Canela.