Claudia Chiquitelli
Especial
O setor de franquias no Brasil, na contramão de muitos segmentos, registrou R$ 151,247 bilhões de faturamento em 2016 – um aumento de 8,3% em relação a 2015, de R$ 139,593 bilhões – e projeta um crescimento de 7% a 9% para este ano, com 142,6 mil unidades e expectativa de aumento de 4% a 5% para 2017. O Rio Grande do Sul participou com 5% da distribuição das redes franqueadoras no Brasil, ficando em 5º lugar e atrás de São Paulo (1º), Rio de Janeiro (2º), Paraná (3º) e Minas Gerais (4º).
Na distribuição por cidades e no formato lojas, Porto Alegre apontou 1,6% em 2016 - São Paulo, 12,8%.O número de empregos diretos foi de 1.192.495 bilhões no ano passado – em 2015 o registro foi de R$ 1.189.785 bilhões (aumento de 0,2%). Os dados fazem parte da Pesquisa de Desempenho de 2016, da Associação Brasileira de Franchising (ABF).
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Os segmentos de franquias que mais cresceram foram saúde, beleza e bem-estar (15,5%), serviços automotivos (11,6%) e moda (10,4%). Mais de 3 mil marcas operam com franquias no país.
O presidente da ABF, Altino Cristofoletti Junior, explica que alguns segmentos se destacaram pela inovação, "seja desenvolvendo novos canais de venda, estratégias no mercado digital, seja explorando novos nichos. É o caso, por exemplo, das clínicas de saúde popular e serviços de marketing digital". Conforme a entidade, esse é um segmento que traz certa segurança a quem investe, já que o proprietário trabalhará com uma marca inserida no mercado.
Lava e Leva
Um exemplo de empresa do setor é a Lavanderias Lava e Leva, que conta com 289 unidades, sendo nove no Estado, gerando 1.150 empregos nas 112 unidades que abriu no ano passado. Para 2017, a rede pretende gerar 1,6 mil empregos em todo o Brasil.
– Nós faturamos R$ 50 milhões no ano passado, sendo uma lavanderia que lava as roupas da família a preços populares. Este ano, pretendemos chegar a 400 franquias. A previsão de investimento para o Rio Grande do Sul é de 12 unidades, sendo duas em Porto Alegre – afirma o presidente da Lava e Leve, Fernando Antonio Martins de Oliveira.
As franquias abertas no RS devem gerar aproximadamente 70 novos empregos. Das nove unidades gaúchas, quatro são em Porto Alegre, duas, em Canoas e em Pelotas, Sapiranga e Taquara uma franquia em cada cidade.
Faturamento
O faturamento bruto de cada unidade é em média R$ 18 mil mensal. Em esfera anual, cada unidade fatura R$ 216 mil. Sendo assim, o total de todas em 2016 foi de aproximadamente R$ 50 milhões. Desses, cada unidade lucra 30% em cima do faturamento.
Entre feiras, salário, expansão e marketing foram cerca de R$ 350 mil de investimento no ano. Para o ano que vem, conforme a empresa, a previsão é gastar esse mesmo valor com essas despesas, porém a rede vai investir em propaganda em TV. No total, a Lava e Leva calcula investimento de R$ 500 mil. Além disso, a expectativa é um faturamento de R$ 86 milhões.
Vendas diretas
Aliar moda feminina e vendas diretas em uma microfranquia foi o que fez Rebeca Pinto ao criar a Violletta. O modelo de empreendedorismo apostou no segmento da moda, que movimentou R$ 200 bilhões em 2015 no Brasil. A empresária está em negociação com Porto Alegre, Caxias do Sul e Erechim e a meta para este ano é ter 10 licenciadas no Estado.
– O Sul representa um mercado mais exigente, mas com muito potencial, como nosso negócio é nacional, não poderíamos deixar de fora o Rio Grande do Sul – afirma a empresária.
A Violletta oferece atendimento personalizado, com venda direta na casa dos clientes e com roupas exclusivas. Conforme a empresária, esse sistema de trabalho tem diferenciais que chamam atenção de quem busca empreender e precisa de flexibilidade em relação a horários e local de trabalho.
Sem custo fixo
Rebeca diz que a marca permite que o franqueado não tenha custo fixo com aluguéis de ponto comercial, resultando em lucratividade nos primeiros meses de atuação. O público alvo são mulheres, na classe B e C, entre 25 e 45 anos.
Com quase seis meses de mercado, a Violletta já possui 12 unidades, em quatro regiões brasileiras. A expectativa é chegar a 150 franqueadas até o final do ano e a 400 revendedores em 2018, com um faturamento anual de R$ 10 milhões.
Como funciona
Rebeca explica que trabalha com roupas com alto padrão de qualidade no que diz respeito a modelagens, tecidos e tendências de moda. Após o investimento inicial de R$ 12.500,00, a franqueada recebe uma Clothes Bag, mala personalizada com as cores da logomarca, e também uma arara a ser montada para a exibição dos modelos na casa da cliente.
O empreendedor ganha uma página no Facebook e Instagram, com a padronização da marca e treinamento para a captação de clientes, atendimento e fidelização. A empresa define em seis meses o retorno do investimento e um faturamento mensal de R$ 12 mil sem revendedoras e de R$ 40 mil com revendedoras.
– De acordo com nossa pesquisa de mercado, 50% das mulheres preferem pagar um pouco a mais para ter um atendimento exclusivo. Além disso, acreditamos que ir até ao encontro da consumidora é algo que fideliza o relacionamento e, consequentemente, reflete boas vendas – assegura.