Estudar durante as férias pode não parecer uma ideia muito animadora para quem já passa o ano todo diante de livros e cadernos da escola ou da faculdade. Mas e se, aliado a isso, você puder ir para outro país e ter contato com culturas diferentes da sua? Os programas de intercâmbio de férias são boas opções para aqueles que não abrem mão de viajar no período de descanso e ainda querem oportunidades de reforçar o aprendizado de um segundo idioma.
- Para mim, o que pesa mais é sempre a vantagem cultural, porque a pessoa pode aprender outro idioma no país de origem, mas ela só consegue vivenciar a questão cultural durante uma viagem. E também tem, claro, a importância da língua. Porque quando tu viajas e ficas exposto ao idioma, tu és forçado a usá-lo nas diversas situações do cotidiano - opina Tatiana Biasus Brahm, professora de inglês do curso Wizard.
Argentina é boa opção de destino para intercâmbio rápido
Mas antes de encarar uma aventura como essa, é preciso considerar alguns fatores para que o investimento realmente valha a pena. O primeiro diz respeito à proficiência no idioma. Para alguém que tem apenas o nível básico, um curso rápido de férias talvez não seja a melhor alternativa pensando no aprendizado. O entendimento de outra língua requer algum tempo de adaptação, principalmente quanto à audição, ou seja, compreender o que o outro fala.
- Acho que a pessoa tem de estudar no Brasil, adquirir um nível mais intermediário do idioma, que, na minha opinião, é o indicado para começar a fazer intercâmbio. Depois, sim, ir para o programa de imersão para pegar fluência na língua. Considero que o objetivo da viagem seria desenvolver as habilidades orais - declara Cristina Lopes Perna, professora de inglês da Faculdade de Letras da PUCRS.
Planejar para realizar o intercâmbio
Países mais procurados
Dados divulgados pela Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta) - que reúne as agências brasileiras de intercâmbio - revelam que Canadá, Estados Unidos e Inglaterra são os países mais procurados para estudos no Exterior. Em uma pesquisa feita pelo Educa junto a três agências de Porto Alegre (STB Trip and Travel, S7 Study e World Study), um pacote de quatro semanas para esses lugares pode variar de R$ 8 mil a R$ 15 mil.
- O segredo do intercâmbio é o planejamento. Existem programas e destinos que são mais acessíveis financeiramente do que outros. Na língua inglesa, Malta e África do Sul hoje são boas opções. Além do custo de vida desses locais ser mais barato em comparação com os países tradicionais, existe uma estratégia das próprias escolas de criar programas que atraiam turistas. Por cerca de R$ 5 mil é possível fazer uma viagem para esses destinos - afirma Rodrigo Collaro, coordenador da Belta no Rio Grande do Sul.
Cursos rápidos são oportunidade para reforçar o conhecimento de uma língua estrangeira
Fatores como clima e tempo hábil para providenciar a documentação exigida para a entrada nos países também precisam fazer parte do horizonte dos
intercambistas.
- São vários aspectos a serem considerados na hora de optar por um país. Por exemplo: se a pessoa não gosta de frio, ela não deve ir para um lugar como o Canadá em janeiro e fevereiro. Se ela quer um clima mais quente, de contato com a natureza, certamente a Austrália oferece tudo isso. Se é alguém que não quer gastar com visto, a Nova Zelândia não exige esse documento para entrar no país - explica Sandro Saltz, dono da agência de intercâmbio S7 Study.
Motivada por conhecer as belas paisagens da Austrália, a estudante de Psicologia Beatriz Dornelles Bastos, 21 anos, fez seu primeiro intercâmbio no verão de 2015. Passou cinco semanas na cidade de Gold Coast, onde estudava inglês das 9h às 15h30min, e outras cinco semanas em Sidney, onde continuou o curso.
- Tive aulas de inglês desde os meus 10 anos. Mas ir para esse intercâmbio me proporcionou viver uma experiência muito mais plena. No primeiro mês, fiquei em uma casa de família. Além de mim, eles hospedaram mais quatro pessoas de países diferentes. Foi sensacional a troca de culturas - diz a estudante.