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Enganadas pelo veranico de agosto das últimas semanas, as árvores já começaram a colorir as ruas de Porto Alegre, embora a primavera ainda esteja a mais de um mês de chegar. Que a cidade fica mais bonita com os ipês roxos em flor, não há dúvidas. Mas o cenário bonito pode esconder, segundo especialistas, um descompasso ambiental.
Em condições normais, as flores deveriam desabrochar apenas no auge da primavera, que se inicia em 23 de setembro. Mas as temperaturas elevadas, inesperadas para o período de inverno, acabaram influenciando o desenvolvimento das plantas.
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- É uma situação anormal. O calor acelera o metabolismo das árvores, mas as consequências disso ainda devem ser estudadas, incluindo questões mais amplas, como o impacto das mudanças climáticas no desenvolvimento das espécies vegetais - afirma o biólogo Paulo Brack, mestre em botânica, doutor em ecologia e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Segundo ele, os danos ambientais podem ser ainda mais graves caso ocorra geada, fenômeno típico do inverno que pode prejudicar também a frutificação. De acordo com a bióloga Leila Macias, doutora em biologia vegetal e professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o clima quente em pleno agosto pode trazer surpresas na hora de colher os frutos:
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- Pode haver uma desarmonia entre as plantas e os polinizadores, que não estão presentes, já que o vegetal se adiantou no período de florescimento. Como resultado, é possível que tenhamos uma redução no número de frutos - aponta.