Flexibilidade do currículo é considerada uma das vantagens apontadas por especialistas no que diz respeito ao Ensino Superior norte-americano. Carolina Lyrio, da Fundação Estudar, explica que, no primeiro ano de curso, o aluno pode fazer disciplinas de várias áreas. Só escolhe sua formação definitiva a partir do segundo, ou até do terceiro.
- Com 16, 17 anos, a gente pode não saber exatamente o que quer fazer da vida. Aí você acha que quer ser biólogo, mas escolhe uma aula de teatro e descobre outros interesses, outros talentos, outras habilidades - exemplifica.
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Aconteceu com Lucas Gabriel de Barros da Silva, 20 anos, formado pelo Colégio Militar de Porto Alegre, que estuda na University of Pennsylvania, nos EUA. Pensava em ser engenheiro químico, mas matriculou-se em uma disciplina sobre a obra de Chaplin e se apaixonou por cinema.
- Por conta dessa flexibilidade, quase todo mundo faz o que gosta - afirma.
Quando receber o diploma, Lucas pretende voltar ao Brasil (tem interesse em discutir temas genuinamente brasileiros no que chama de "cinema autoral"). Ele não é o único.
- A maioria fala que quer voltar. Não vou dizer que é zero, mas são poucos os que dizem "quero sair do Brasil porque aqui não tem nada para mim". Em geral, os alunos vão para os Estados Unidos com uma ideia específica: a de que lá estão os principais pesquisadores do mundo e que estar perto deles traduz um aperfeiçoamento profissional. O que não significa que queiram ficar lá para sempre - diz Carolina.
Guilherme até projeta, depois de concluída a faculdade nos EUA (pretende seguir a área da Economia), uma pós-graduação na Europa, para experimentar outro tipo de vivência. Mas também não descarta voltar ao Brasil:
- Enxergo um imenso potencial no país e gostaria muito de fazer a diferença por aqui.
Por certo, quando voltar, o estudante não será o mesmo. O veterano Lucas dá o tom da mudança:
- Você não sai apenas formado de uma universidade americana, mas sai 10 vezes mais maduro do que quando chegou.