Após uma tarde de dinâmicas, discussões e ideação, um grupo de alunos do colégio Unificado construiu uma série de soluções para lidar com catástrofes climáticas. Tomando como ponto de partida a enchente de maio no Rio Grande do Sul, os estudantes participaram de um hackathon para desenvolver ideias e resolver desafios relacionados à problemática, especialmente sobre a questão dos abrigos.
Os hackathons consistem em maratonas que buscam resolver algum problema. Na atividade, os participantes se dividem em grupos, com o objetivo de criar ideias de novos produtos e negócios, por exemplo. A dinâmica foi realizada nesta quarta-feira (17), na Atitus Educação, com o objetivo de conectar os estudantes de Ensino Médio com os cursos de Ensino Superior e promover reflexões sobre a enchente.
Foram desenvolvidas ideias como o uso de sistemas de reconhecimento facial para identificação de vítimas em abrigos, a adoção de um alarme nos dispositivos móveis para reforçar alertas climáticos da Defesa Civil à população, além do desenvolvimento de um app para conectar abrigos a um estoque de doações permanente.
Soluções interdisciplinares
Os 60 alunos de 3º ano do Ensino Médio que participaram foram divididos em grupos de 15 pessoas. Ao longo da tarde, eles receberam um desafio de quatro áreas. Após as dinâmicas de 20 minutos em cada área, eles consolidaram as ideias, que foram sorteadas e apresentadas aos colegas.
— É a primeira vez que participo de um hackathon. Achei muito legal esse formato, porque além de nos ajudar a entender cada área, também estamos aplicando isso à realidade, a essa situação da enchente, que afligiu nosso Estado. Nós vivenciamos isso como vítimas, direta ou indiretamente, e agora pudemos presenciar como foi a atuação de profissionais que ajudaram a enfrentar esse momento — conta Pedro Henrique Müller, 17 anos.
O aluno conta que vai prestar vestibular e está na dúvida entre os cursos de Direito, Jornalismo e Relações Internacionais, e que a atividade auxiliou nessa reflexão. A maratona girou em torno da construção de um abrigo ideal, que possa ser idealizado e concebido preventivamente, em caso de um novo desastre climático, para que o enfrentamento seja mais efetivo.
No grupo Politécnica, o desafio foi a construção de um abrigo equipado e projetado com os recursos necessários a uma situação de calamidade. No de Saúde, o foco foram os adoecimentos físicos e mentais que podem surgir neste contexto, e como eles podem ser prevenidos e combatidos.
Na atividade do grupo de Direito, eles trabalharam em torno dos direitos de pessoas atingidas enquanto abrigadas, bem como desafios da triagem e da busca de documentos. Por fim, no grupo focado em Negócios e Tecnologia, os alunos refletiram sobre ferramentas digitais para interligar as demandas dos abrigos e otimizar recursos e doações.
Segundo a educadora e psicóloga Luciana Gigante, do colégio Unificado, a ideia é que essas soluções possam ser aplicadas em abrigos, garantindo serviços à comunidade.
— Estamos na segunda edição desse evento, e queríamos trazer um tema atual com enfoque inovador. Temos a preocupação de fazer com que os alunos se conscientizem e desenvolvam habilidades socioemocionais, como a empatia, mas também de devolver à sociedade um retorno desse trabalho — explica.
Os estudantes participaram das atividades a partir de um programa da escola que leva os alunos para conhecer universidades. Além do hackathon, focado nos terceiros anos, os demais alunos de Ensino Médio fizeram outras atividades interativas, também com foco na enchente.