Equipes da prefeitura de Porto Alegre acessaram, pela primeira vez, nesta segunda-feira (10) a Escola Municipal de Educação Infantil Vila Elizabeth, no bairro Sarandi, após a enchente que atingiu a região. O colégio fica dentro do complexo Cecove, que teve toda a estrutura afetada pela água.
Tomada pela lama, mau cheiro e materiais caídos pelo chão, a instituição foi uma das 14 da rede municipal atingidas pela chuva. A reportagem de GZH identificou que o nível de água ultrapassou a marca de três metros na escola.
No local, o que era material para uso de alunos e professores, virou lixo. Segundo a direção do colégio e a Secretaria Municipal de Educação (Smed), a perda foi total. Dos 102 alunos, apenas cinco não foram afetados pela enchente. Ainda não há previsão de retomada das atividades.
Pela primeira vez na escola após a enchente, a diretora Maria da Graça Piccolo, acompanhou de perto a vistoria técnica no local. Segundo ela, o cenário de terror no espaço, destruído pelo avanço da água, que fez móveis e brinquedos pararem no teto da escola, dificulta o recomeço após a tragédia.
— É extremamente desolador. Construímos tudo ao longo de 32 anos e ver como ficou cada espaço, é doloroso. Todo o trabalho foi perdido. Agora, é retomar, dentro do possível. Vamos recuperar as coisas aos poucos e limpar — disse.
Como não há previsão de retomada das atividades, a coordenação busca uma forma de auxiliar quem foi atingido pela tragédia.
— Nossos alunos também perderam as suas casas e nós queremos dar assistência. A escola é um ponto de encontro e a situação destas famílias também nos preocupa — pontua.
Nesta segunda, foi feita uma vistoria na estrutura do colégio, com o objetivo de identificar possíveis riscos aos alunos e professores. Na terça-feira (11), será a vez da parte elétrica. A limpeza e descontaminação, a cargo de uma terceirizada, começa ainda esta semana.
A Escola de Ensino Fundamental João Goulart, também afetada pela enchente no bairro Sarandi, será vistoriada às 8h da manhã desta terça-feira. A limpeza será assumida pela mesma empresa contratada.
O investimento é estimado em R$ 1,6 milhão somente nesta etapa. Segundo a Smed, cerca de 15% da rede municipal e conveniada seguem com as aulas suspensas. São 27 escolas parceiras da prefeitura de Porto Alegre que foram atingidas pela enchente, além das 14 do próprio município. Ao todo, são 6,7 mil alunos sem atividades.